Nem Steam Deck, Lenovo Legion Go, ASUS Rog Ally ou o MSI Claws…

Nestes últimos tempos, temos assistido ao lançamento de uma série de consoles portáteis, todos eles (para a minha decepção) baseados em SoCs/APUs x86 (pois prefiro ARM). Através do Steam Deck, a Valve não só inaugurou esta nova era, como também trouxe para o mundo um sistema operacional baseado em GNU/Linux que, além de extrair o máximo de performance destes dispositivos, é capaz de rodar sem maiores dificuldades os jogos feitos para o Windows. Então, se eu fosse escolher (ou indicar) um destes dispositivos, qual deles seria o ideal?

De cara, o Valve Steam Deck já seria desclassificado por estar relativamente obsoleto, em comparação com os demais lançamentos mais recentes. Baseado em uma APU customizada pela AMD para esta classe de dispositivos, ela conta com CPUs e GPUs baseadas em arquiteturas mais antigas, como é o caso da Zen 2 e RDNA 2, respectivamente. Ainda assim, ele consegue prestar um bom serviço pois diferente dos demais, conta com uma tela HD (1280×800) a qual exige menos recursos computacionais para a renderização dos jogos, se comparado com as telas Full-HD dos demais aparelhos (mas esta diferença pode ser compensada, através da utilização de tecnologias para o upscaling de imagem, como o AMD FSR).

Já os demais (Lenovo, ASUS e MSI), possuem especificações técnicas parecidas, já que em geral eles passaram a utilizar as APUs da AMD designadas exclusivamente para estes dispositivos, que vão do modesto Ryzen Z1 (modelos mais antigos) ao poderoso Ryzen Z2 Extreme. Quanto a tela LCD, elas também possuem dimensões que variam de 7″ a 8.4″, além de utilizar definições Full-HD e Quad-HD. Por fim, a linha de consoles Lenovo Legion é a única que se destaca, por dispor de modelos com os gamepads destacáveis, possibilitando realizar a troca caso apresentem defeitos. Esta seria na minha opinião, o grande diferecial para a sua escolha!

Mas nenhum deles será páreo para uma nova fabricante que, apesar de não ser tão badalada quanto as demais, há tempos vem se destacando com a sua linha de portáteis ultra-compactos. Estes por sua vez, combinam componentes de entrada como teclados, touchpads, joysticks, gatilhos e botões, para criar aparelhos híbridos que podem ser usados tanto como estação de trabalho como consoles de jogos: eis, a chinesa GPD! E diferente dos lançamentos anteriores, ela irá disponibilizar um novo dispositivo portátil que será dedicado exclusivamente para rodar jogos: eis, o GPD Win 5!

Por adotar APUs AMD Ryzen AI Max+, de cara ele será o mais poderoso (e caro) console portátil já lançado no mercado! O modelo mais “acessível” será baseado na APU Max+ 385, que por sua vez conta com uma CPU Zen 5 com 8 núcleos rodando a 3.6 GHz. Já o modelo mais poderoso terá a APU Max+ 395, que apesar de contar com uma CPU Zen 5 com 16 núcleos, irá rodar a “apenas” 3.0 GHz. Por fim, ambas possuem os respectivos iGPUs AMD Radeon 8050S e 8060S, que por sua vez contam com 40 e 32 núcleos gráficos baseados na arquitetura AMD RDNA 3.5. Embora o TDP destes SoCs sejam relativamente altos (de 45 a 75 Watts), certamente eles terão ajustes nas suas velocidades, para que possam reduzir o consumo de energia.

Quanto as demais especificações, estão a tela LCD de 7″ Full-HD (1080p), a memória RAM que vai de 32 a 128 GB LPDDR5X (8000 MT/s), o armazenamento SSD NVMe de 1 a 4 TB (M.2 2280 e PCIe 4x) e as conectividades habituais: Wi-Fi 6e e Bluetooth 5.3. Diferente dos demais consoles, o GPD Win 5 mede apenas 267 × 111mm, além de pesar 565 gramas, o que torna o dispositivo dotado de uma excelente portabilidade. Quanto a autonomia da bateria, ela terá a capacidade padrão de 80 Watts. Por fim, o dispositivo terá o sistema operacional Windows 11 pré-instalado (que diferente do SteamOS, é um voraz consumidor de recursos).

Gostei muito do design e das dimensões minimalistas, embora tenha algumas preocupações em relação a sua autonomia (por adotar uma APU que apesar de ser mais poderosa, consome bem mais energia) e a sua refrigeração (mesmo que a fabricante declare utilizar um sistema de resfriamento eficiente e que consegue dissipar até 120 Watts). Uma pena que diferente do Lenovo Legion, os gamepads venham integrados ao dispositivo, tornando a sua manutenção mais complexa caso os seus joysticks analógicos, gatilhos e botões, venham a dar defeitos.

Se vou comprar? Claro que não! Mas bem que gostaria de ter um… &;-D