Por mais de 5 anos, venho mantendo o Debian como o sistema operacional do meu PC desktop, adquirido em março/2015 e até então, vinha aplicando as atualizações diárias sem maiores problemas. Mas na metade do mês passado, a interface gráfica simplesmente não inicializava! Como não consegui descobrir o que aconteceu (e consequentemente, bem irritado por não resolver o problema), resolvi então reinstalar o sistema…
Para a minha surpresa, a interface do GNOME apresentava uma animação mais fluída e, quando eu resolvi investigar a fundo, descobri que o ambiente gráfico estava rodando sob o Wayland ao invés do bom e velho X.org! Para aqueles que não conhecem, o Wayland é um novo servidor gráfico, dotado de uma concepção de arquitetura mais moderna, na qual realiza a renderização dos elementos gráficos de forma bem mais eficiente que o antigo X.org.
Tanto o GNOME quanto o KDE já suportam o Wayland, bem como algumas distribuições populares como o Fedora. Mas em vista de ser um projeto relativamente novo e não tão estável, ele acabou recebendo muitas críticas e ponderações quanto ao uso em ambientes de produção, embora seja mais moderno que o defasado X.org. E agora, com a oficial adoção de uma distribuição conservadora como o Debian, certamente teremos futuras novidades em relação ao projeto e todo o seu processo de desenvolvimento!
Voltando ao tempo, este caso me fez lembrar uma antiga disputa entre o XFree86 e o X.org. Na época (2003/2004), o XFree86 reinava absoluto; porém, uma inesperada mudança na licença do projeto (que não era GNU GPL e que se tornara imcompatível com os princípios do Software Livre), acabou forçando o desenvolvimento do X.org (e adotando a licença GNU GPL), que nada mais era que um fork do XFree86 quando a licença antiga (compatível com a GNU GL) ainda estava em vigor. Com o passar dos anos, o X.org assumiu a posição de servidor gráfico oficial e o XFree86 praticamente caiu no esquecimento…
Quem sabe agora, a indústria de jogos olhem para o Tux com mais carinho? &;-D