Microsoft optará pelo Linux ao invés do Windows? Eita…

Teorias da conspiração existem aos montes! A maioria em geral não possuem sólidos fundamentos (sejam baseadas em fatos reais, de comprovação técnico-científicos ou até mesmo de simples lógica racional), muitas contestam a “realidade atual das coisas” e não raro, algumas até apresentam certas “provas irrefutáveis” para confirmar a sua tese. Em geral, não dou muita importância para elas; porém, me surpreendi mesmo ao ler um artigo o qual sugere que a Microsoft optará pelo kernel do Linux ao invés do Windows…

“What is next for Windows? As the author of the article, open source software developer and advocate Eric S. Raymond notes, Microsoft has added features to Windows to better align it with Linux. He also suggests that the divide between Linux and Windows could eventually shrink until the two operating systems essentially become one. As he puts it, Linux would win the desktop wars…” — by Hot Hardware.

Baseando-se em eventos recentes, com destaque para a aproximação da Microsoft ao Linux através de algumas iniciativas, como a integração de um kernel Linux “dentro” do Windows (WLS) e a disponibilidade do navegador WEB Edge para o Tux, o hacker e ativista do Software Livre Eric S. Raymond acredita que estas adições não só tornam o Windows mais alinhado com o modelo de desenvolvimento do Linux, como também reduz consideravelmente a linha divisória que separa ambos os sistemas. Na prática, esta divisão se tornaria tão tênue, que os sistemas praticamente se integrariam, tornando-se essencialmente uma única entidade. E a base dele seria o kernel Linux, ao invés do Windows!

Loucura, não? E o “pior” é que concordo (em parte) com a sua visão…

A idéia de uma “distribuição Windows”, a qual roda um kernel Linux por debaixo do capô, ao passo que mantém uma interface gráfica “like Windows”, em tese seria perfeitamente possível e viável, se combinado com a adoção de uma camada de emulação (ou virtualização) que permitisse a execução de aplicações Windows legadas. O autor ainda cita como exemplo o Proton, uma camada de compatibilidade desenvolvida pela, Valve para rodar os jogos desenvolvidos para o Windows em sistemas Linux. Por outro lado, ele não entra em detalhes sobre a performance dos aplicativos e jogos sob emulação, fora os problemas de compatibilidades e instabilidades inerentes ao processo. Aqueles linuxers que já se aventuraram a rodar sofwares (pesados) no WINE (no qual o Proton é baseado), sabem perfeitamente do que estou falando!

Para piorar, um dos maiores problemas para quem usa Linux é garantir que uma determinada aplicação não só funcione em diferentes distribuições, como também possa ser utilizada à médio e longo prazo no sistema: uma das coisas que mais admiro no Windows é a possibilidade de rodar um software proprietário com 10, 15 ou até mais anos de idade, algo praticamente impossível no Linux, devido ao seu modelo de desenvolvimento contínuo e mudanças constantes nas APIs, bibliotecas e componentes chaves do sistema. E como fazer isto com as aplicações proprietárias, que não disponibilizam o código-fonte para ajustes na recompilação? Acaso, conseguem imaginar os desenvolvedores tradicionais mudando a licença e disponibilizando o código-fonte de suas aplicações? Acho que não…

Resumindo: será melhor deixar as coisas do jeito que estão… &;-D