No início do milênio, navegar na Internet era “complicado” para os linuxers. Na época, o Internet Explorer 6 era o navegador padrão (com quase 90% de adesão), mas por não seguir estritamente os padrões WEB ditados pelo W3C, causou uma enorme dificuldade para os demais navegadores WEB renderizarem corretamente as páginas: muitos desenvolvedores eram obrigados a adaptar o código das páginas, para funcionar no Internet Explorer, ao mesmo tempo em que o suporte para os navegadores de terceiros era precário…
“Edge on Linux had been lurking behind the bushes before its announcement at September’s Build event. Indeed, Microsoft insiders had whispered to us that it had been running for a while, but booting it out of the door was not a top priority for the team. A good few months later and here we are: a Dev Channel version of Edge can be had on Linux.” — by The Register.
+15 anos se passaram. Desde então, com a consolidação dos padrões WEB e o favorecimento aos navegadores que o suportavam, vimos o nascimento do Firefox (derivado da antiga suíte Mozilla) e a sua engine Gecko (uma das primeiras a obedecer estritamente os padrões), além do surgimento dos navegadores baseados em engines derivadas do KHTML, como o Safari e o Ópera (WebKit) e o Chrome (Blink, derivado do WebKit). Por fim, a própria Microsoft abandonou o Internet Explorer, para iniciar uma nova fase através do navegador Edge!
No início, a Microsoft implantou no Edge uma “nova” engine de renderização, batizada de EdgeHTML (derivada da antiga engine Trident, a qual foi utilizada pelo próprio Internet Explorer). No entanto, o projeto não alcançou o sucesso desejado, obrigando a gigante de Redmond se reinventar: graças ao código-fonte do Chromium (um projeto de Software Livre patrocinado pelo Google e mantido pela comunidade), a Microsoft relançou o Edge com o mesmo “DNA” do seu principal concorrente. Tanto o Google Chrome quanto o Microsoft Edge, são baseados no mesmo projeto de software livre!
Em plena era de SaaS (Software as a Service), a Microsoft pretende se aproximar mais dos desenvolvedores de Software Livre, oferecendo um navegador WEB para as principais distribuições Linux (Debian, Fedora, SuSE e Ubuntu), de forma a possibilitá-los a “construir e testar seus sites e aplicativos no Linux”. Se a “desculpa” em questão vai funcionar, não sei. A questão é: você (linuxer) trocaria o Firefox ou o Chromium pelo Edge?
Como o mundo dá voltas… &;-D