O WINE foi um software muito especial para mim, nos primeiros tempos em que adotei o Linux como o meu sistema operacional para PCs desktops, pois permite criar uma camada de abstração que simula as APIs do Windows, tornando possível rodar softwares desta plataforma no Linux. Na época, não só executava os aplicativos tradicionais, como também alguns jogos baseados na API OpenGL, graças também ao bom suporte para as aceleradoras gráficas Voodoo…
“The Wine team is proud to announce that the stable release Wine 6.0 is now available. This release represents a year of development effort and over 8,300 individual changes. It contains a large number of improvements that are listed in the release notes below. (…) This release is dedicated to the memory of Ken Thomases, who passed away just before Christmas at the age of 51. Ken was an incredibly brilliant developer, and the mastermind behind the macOS support in Wine. We all miss his skills, his patience, and his dark sense of humor.”
— by WineHQ.
Apesar do Tux ter crescido bastante durante estes 20 anos, ganhar muitos aplicativos e (consequentemente) não precisar mais do WINE, ainda assim continuo acompanhando o desenvolvimento deste software. Por isso, estou muito feliz em saber que o projeto continua vivo e uma nova versão foi lançada! O WINE 6.0 oferecerá várias melhorias, com destaque para a utilização de módulos para o formato PE, uso do Vulkan para a tradução das chamadas de APIs Direct3D feitas pelo WineD3D, suporte para a API multimídia do DirectShow e para o framework Media Foundation (MF), além do redesign do console em modo texto. Para maiores informações, dêem uma conferida na página do projeto!
O WINE também se tornou especialmente importante para algumas empresas. Por exemplo, a Valve desenvolve a sua API Proton, que por sua vez é baseada no código-fonte do WINE e é designada para rodar jogos nativos do Windows no seu sistema operacional SteamOS, que por sua vez é baseado no Linux. Já a Codeweavers, ela desenvolve o CrossOver, um produto comercial baseado no código-fonte do WINE, feito para rodar aplicações do Windows no Linux e MacOS, mas trazendo alguns benefícios como processos de instalação e utilização mais amigáveis, além de oferecer suporte técnico para os seus usuários. Inclusive, ambas as empresas colaboram juntas com o projeto WINE, entregando muitas melhorias e correções. Até o Google já fez o uso do WINE, para portar a aplicação Picasa para o Linux, porém utilizando os mesmos binários do Windows ao invés de uma compilação nativa para este sistema.
O único ponto negativo em relação ao WINE, está no fato de que ainda não consegui executar o Packet Tracer no Linux através dele. Embora este simulador já tenha binários disponíveis para este sistema, ele é otimizado apenas para funcionar no Ubuntu e na maioria das vezes em que faço a instalação, tenho que resolver uma série de problemas relacionados a APIs e bibliotecas conflitantes. Mesmo utilizando os binários do Windows sob emulação no WINE, o aplicativo apresenta instabilidades e travamentos constantes, o que inviabiliza a sua utilização em produção. Quem sabe agora com esta nova versão, eu consiga me livrar (mais uma vez) do Windows?
Sem contar as dores de cabeça com o VirtualBox… &;-D