Há muitos anos, a frequência de operação das CPUs era a principal (e única) variável para se avaliar o desempenho dos processadores. Porém, quando o consumo de energia se tornou um fator preponderante para os notebooks, as CPUs passaram a integrar modos de economia de energia, o qual em geral reduzem as suas frequências de operação em repouso. E por fim, para oferecer o máximo de desempenho, não demorou muito para surgir os modos de aceleração (boost), os quais automaticamente aumentam a frequência de operação das CPUs, desde que estas não ultrapassem o limite de consumo e temperatura…
“A couple of days after Intel officially announced its 11th Generation Core Rocket Lake, the press received an email about a new feature coming to the platform that wasn’t in our original briefing. The goal of this feature is to provide more performance to users that have good processors, and Intel is calling it Adaptive Boost Technology. (…) is now the fifth frequency metric Intel uses on its high-end enthusiast grade processors, and another element in Intel’s ever complex ‘Turbo’ family of features.”
— by Anandtech.
Desde então, existem várias implementações destas tecnologias, as quais variam entre aumentar as frequências de uma CPU específica ou todas elas, podendo ser atribuído um valor fixo acima do nominal ou variável, mas sempre respeitando os limites de consumo e tempertura. Porém, a Intel deu um passo além ao inaugurar uma 5a. métrica: a Adaptive Boost Technology! Esta, diferencia-se das demais anteriores por levar o conceito ao extremo, pois se 3 ou mais núcleos estiverem ativos, o processador tentará fornecer a melhor frequência dentro do orçamento de energia, independentemente dos atributos pré-definidos para a tabela do modo Turbo Boost original (2.0).
O novo modo de Turbo Boost estará presente apenas para as família de CPUs dedicadas ao público high-end (Core i9), mas não se enganem ao pensar que esta é uma novíssima tecnologia e que está disponível somente para a Intel: a AMD já oferece esta mesma tecnologia há tempos, para a linha de CPUs baseadas na arquitetura Zen+ e que por sua vez, foi lançada há quase 3 anos (abr/18) sob o nome Precision Boost 2! Para variar, a AMD não só a disponibiliza para todas as suas linhas de CPU, como também possui níveis incrementais de frequência mais flexíveis: a 25 MHz (a tecnologia da Intel dá saltos maiores na casa dos 100 MHz). Por fim, a Intel optou por não manter a sua tecnologia ativada na BIOS, obrigando o usuário a habilitá-la, se assim desejar.
Pessoalmente, não sou fã de overclocks. Na minha opinião, os níveis extras de energia e as temperturas maiores acabam afetando a durabilidade dos componentes envolvidos e só valem a pena para equipamentos, que já estão no fim de sua vida útil. Vou mais além: prefiro aplicar o underclock (redução de frequência, se disponível na BIOS) especialmente para as CPUs acima de 3.0 GHz, configurando-as nesta frequência por entender que acima disto, o consumo de energia e a geração de calor serão exponenciais, ao passo que o ganho de desempenho será apenas linear. Porém, acho interessante o uso destas tecnologias de overclock automático, especialmente se pudermos reduzir na BIOS, os limites de temperatura máxima (ainda não testei estes arranjos).
Pois faz muito calor no Rio a cada 4 meses por ano… &;-D