Vários sistemas de arquivos receberão melhorias interessantes no Linux 5.13!

Para mim, os primeiros anos de uso do Linux foram um pouco complicados, em vista das limitações técnicas do antigo sistema de arquivos ext2. Na época, problemas de corrupção de dados era relativamente frequentes, o que me impedia de confiar nele. Para se ter uma idéia, cheguei ao ponto de reservar uma partição do meu sistema para o FAT32 e utilizá-lo para armazenar dados vitais (pois na época, os drivers para o NTFS ainda não estavam amadurecidos). Por fim, a chegagem de integridade (após desligamentos inesperados e inconsistências geradas na tabela de alocação de arquivos), também comprometia bastante a usabilidade do sistema…

“In addition to the Btrfs changes, EXT4, exFAT, and XFS are among the file-systems seeing noteworthy improvements with the in-development Linux 5.13. The EXT4 file-system driver updates were merged today. One prominent feature there is allowing both casefolding and encryption to be enabled at the same time. EXT4 has supported both case-folding/case-insensitive file/folders as well as native encryption support, but not both at the same time, until now.”

— by Phoronix.

Tempos depois, o kernel Linux evoluiu bastante neste aspecto. Vieram o ext3 e o ReiserFS, os quais entregaram importantes melhorias para o gerenciamento de arquivos no Linux. Por fim, o ext4 se tornou o sistema de arquivos padrão da grande maioria das distribuições. E apesar da forte concorrência o Btrfs, o tradicional ext4 trará inovações interessantes para a próxima versão do kernel, como a ativação simultânea da criptografia para suportar arquivos e pastas não sensíveis ao uso de carateres maiúsculos/minúsculos e a limpeza do nome de arquivos no bloco de diretórios após a sua exclusão, entre outras pequenas melhorias que visam entregar uma melhor performance geral.

Outros sistemas de arquivos (como o XFS e o exFAT) também receberam melhorias, embora mais pontuais. O primeiro já conta com o andamento avançado para tarefas relacionadas ao redimensionamento da partição, onde há a necessidade de reduzir o tamanho do sistema de arquivos, ao passo que o segundo recebeu uma opção intitulada “dirsync”, o qual ativada permitir um maior desempenho na gravação de arquivos, além da pesquisa aprimorada e suporte a outros recursos (FITRIM ioctl), entre outras correções habituais.

Por ironia do destino, continuo optando pela utilização do sistema de arquivos ext2 ao invés do exFAT, apenas para o uso em mídias removíveis (pendrives). Apesar deste último ter sido desenvolvido específicamente para o uso em unidades dotadas de memórias flash, a opção pelo ext2 se dá pelo fato de ser um sistema de arquivos nativo do sistema e mais amadurecido, além e ser também mais simples e por isto, não compromete a vida útil do dispositivo, graças a ausência de tecnologias como o journaling, o qual realiza constantes gravações para manter a sincronização dos dados.

Só espero que o futuro ext5 esteja bem otimizado para os SSDs e pendrives… &;-D