No início dos anos 90, o jornalismo da época trouxe interessantes reportagens sobre o lançamento do telescópio espacial Hubble. Na época, eu era apenas um garoto ainda na pré-adolescência e com a cabecinha cheia de idéias bastante vagas e mirabolantes sobre o “nosso” Universo! Será que finalmente, iremos entrar em contato com os extra-terrestres? Ou iremos desencadear uma guerra interestelar, por invadir o espaço sideral de outras civilizações? Confesso que tinha medos e apreensões, já que nem armas a laser tínhamos…
“The Hubble Space Telescope is back in action doing what it does best – capturing stunning images of the universe – after more than 50 NASA engineers worked hundreds of hours to get the instrument working again. After activating redundant components within the orbiting observatory on Friday to clear a hardware glitch, the telescope has been able to use its sensors again. NASA released two photos of oddball galaxies Hubble snapped over the weekend…”
— by The Register.
Graças ao Hubble, as minhas atenções se voltaram para a Astronomia e me tornei um apaixonado pela Ciência & Tecnologia. Até cheguei a cogitar a compra de um telescópio refletor e desisti tão logo em seguida (algo raro para mim), devido aos problemas relacionados a poluição da nossa cidade! Porém, sabemos que o telescópio em questão não vai “durar para sempre” e um dia, teremos que nos despedir dele. Com os recentes problemas de funcionamento que o Hubble atravessou há algumas semanas e as tentativas iniciais mal-sucedidas para trazê-lo de volta, cheguei a pensar que o seu fim estaria próximo. Afinal de contas, ele foi projetado para funcionar por “apenas” 15 anos!
Mas felizmente, não foi dessa vez! O bom e velho Hubble não só retornou a ativa (graças aos esforços de um grande time de engenheiros da NASA), como também está plenamente operacional e fazendo o que sabe de melhor: tirar “fotinhas” do Cosmos! A NASA aproveitou o momento para divulgar as imagens de duas galáxias se cruzando (no bom sentido), além de outra grande espiral com três braços. Se o Hubble fosse um carinha moderno e antenado em redes sociais, certamente estas fotos estariam publicas em sua conta do Facebook ou do Instagram, com legendas para lá de irreverentes! 😉
O que me chamou a atenção (a ponto de realizar esta publicação) foi o diagnóstico e correção de problemas. Não há como mandar um analista de suporte para o espaço e fazer a inspeção, bem como utilizar softwares modernos para a manutenção remota em um hardware com +30 anos! O jeito foi apelar para o método “old-school”, através do acesso a documentação original e a convocação dos engenheiros responsáveis pelo projeto para consultoria (muito deles já aposentados), além de métodos antiquados para realizar o acesso ao equipamento. Por fim, o problema foi finalmente contornado, através da ativação de um computador de carga redundante de backup.
Longa vida ao Hubble! &;-D