O dilema do Fedora Linux

A próxima edição do Fedora ainda será lançada, embora esteja com problemas técnicos que talvez afetem o seu planejamento. A primeira vista, nada fora do normal: assim como qualquer outro sistema operacional, nem sempre é possível cumprir todas as etapas do processo de desenvolvimento de software dentro do prazo agendado (ainda mais devido as complexidades inerentes desta categoria de software). Mas…

No universo das distribuições Linux, uma nova versão do sistema é lançada a cada 6 meses. Embora seja um período de tempo relativamente curto, em geral as mudanças são incrementais de uma edição para outra e somente através de um olhar mais apurado, as diferenças são percebidas. No final, o usuário faz o upgrade e continua utilizando o sistema, como se nenhuma grande novidade fosse apresentada (exceto para aqueles mais “aficionados”).

A meu ver, eis um grande erro! O atual sistema de atualizações compulsória compromete muito e de forma desnecessária, o lançamento, a qualidade e a manutenção do sistema. Além do tempo ser curto demais para promover a sua finalização, acaba também trazendo sérios problemas de compatibilidades. E tudo isso para entregar um sistema atualizado no qual a maioria dos usuários mal percebe as vantagens!

Não seria mais interessante adotar um calendário com mais tempo? Pessoalmente, acredito que um ano seria o intervalo ideal para o projeto, pois poderia condicionar as etapas do processo com o período do ano em que atravessa, culminando com a melhor data possível para o lançamento (pode se dizer que seria até um belo presente de Natal). Por fim a adoção do calendário anual também tornaria os seus processos mais previsíveis, bem como permitiria o sistema ter uma maior identidade.

O mais interessante é que distribuições mais “sérias” como o Debian e o Red Hat optam por lançamento mais longos, incrementados por atualizações regulares, trazendo uma base muito mais sólida e estável. Sim, existe o incoveniente de dispor de softwares defasados tecnologicamente. Mas ainda assim, poderíamos considerar este tempo como um meio-termo entre os lançamentos compulsório (6 meses) e defasado (2 ou 3 anos).

Portanto, um lançamento anual seria algo como meio-termo entre os lançamentos compulsórios (6 meses) e tradicionais (2 a 3 anos) e ainda assim, continua sendo relativamente curto (1 ano). Já defendi essa tese em outras oportunidades (Hardware.com.br) e volto novamente a ela, em vista dos problemas ocorridos recentemente com o Fedora Linux (nem vou falar do Ubuntu, que tem lá os seus problemas de instabilidades e é pouco comentado).

Senão, vai ficar cada vez mais parecido “de facto” com o Windows… &;-D