A evolução dos softwares em geral é uma das coisas que mais gosto (e admiro) no Software Livre! Diferente dos softwares sob licenças proprietárias e com apelo comercial, os quais em geral possuem novas versões lançadas em intervalos maiores e (nem sempre) trazem grandes mudanças, os softwares distribuídos sob licenças livres trazem mudanças menores, porém com uma maior frequência e previsibilidade, possibilitando uma transição mais suave e sem maiores percalços. Sem contar ainda, as vantagens em termos de estabilidade e segurança…
“When Blender 2.8 came out, a lot of people thought that the software should be called Blender 3.0, because there were a lot of settings and a completely different user interface. That didn’t happen, but now the Blender Foundation has announced that Blender 3.0 will be released in December. As the name suggests, Blender 3.0 offers a number of improvements, both in a practical sense and under the hood. The organization has big plans to support the Vulkan API.”
— by Blaze Trends.
Dentre os softwares de maior relevância para o Software Livre, está o Blender, uma aplicação gráfica especializada em animação 2D/3D. A versão 1.0 foi lançada em jan/1994, levando apenas 6 anos para chegar na versão 2.0 em ago/2000. Desde então, o software vem recebendo boas atualizações regulares e muitas novidades e inovações foram inclusas ao longo do tempo. No entanto, o seu sistema de versionamento continuou estacionado na série 2.x, embora tenha trazido grandes mudanças para a sua interface a partir da versão 2.8+ (lançada em jul/2019), que por si só já justificariam uma nova série “major release”.
Mas em breve, teremos a versão 3.0! Estimado para ser lançado no final deste ano (dez/2021), o novo Blender trará uma grande quantidade de mudanças, tanto na interface gráfica (GUI) quanto na sua estrutura interna (bibliotecas, APIs e frameworks). Em destaque, está os planos da fundação para prover suporte par a nova API gráfica Vulkan. Por exemplo, a sua engine de renderização em tempo real Eevee será capaz de oferecer supporte a traçados de luz (Ray Tracing) com base nesta API, além de dispor de mais recursos para a composição em tempo real. No entanto, ele ainda irá utilizar por padrão, o bom e velho padrão OpenGL, já que a transição para a nova API não deverá ocorrer antes de 2022.
Dentre outras novidades interessantes, está o suporte para as unidades de processamento da Intel e AMD, além dos SoCs desenvolvidos pela Apple. Também foram mencionados certos ajustes para obter uma maior “flexibilidade e modularidade” (embora não deixem claro o que realmente isto significa), além de já existir uma proposta para designar uma nova abordagem em relação ao fluxo de trabalho híbrido, para tarefas como esculturas e pinturas, o que poderia garantir benefício seria atingir uma resolução extremamente detalhada, sem a necessidade de grandes conjuntos de dados de polígonos, uso de memória e arquivos gigantes.
No geral, o Blender terá um total de oito atualizações menores e outras duas grandes atualizações, para serem aplicadas ao Blender nos próximos dois anos, além de uma edição LTS a ser disponibilizada somente a partir de mai/2022. E isto me deixa bem impressionado, porque os softwares em geral apresentam um grande crescimento nos seus primeiros anos, para alcançarem um bom estágio de amadurecimento e por fim, reduzirem o ritmo e apostar em atualizações menores e pontuais. Mas este não tem sido o caso deste software, já que ele tem evoluído bastante nestes últimos anos (dêem uma conferida no seu roadmap)!
Uma pena que não sei desenhar (e nem modelar)… &;-D