Será que o Linux se tornará um dia, uma boa plataforma para jogos?

Por mais apaixonado que eu seja pelo Tux e o Software Livre, confesso que jamais acreditei nesta hipótese! Apesar de já ter feito algumas experiências antes e ter se saído bem neste aspecto, não acredito que o Linux seria uma boa plataforma para jogos, dada as características e particularidades do sistema e deste mercado. Diferente dos softwares tradicionais (que recebem novas versões e atualizações periódicas), os jogos geralmente são lançados apenas “uma vez” e em geral, seus binários não recebem atualizações estruturais para suportar novas APIs, se limitando a promover apenas as correções habituais…

“The new version of Proton brings Linux support to a number of games that were previously locked out of the Linux ecosystem. Crucially, some BattleEye-infused games are now also supported — the gap between Linux and Windows gaming environments seems to be shrinking even in anti-cheat solutions, whose support is crucial for a device that aims to enable AAA and eSports gaming on the go. Games such as Conan Exiles, DayZ, Planetside 2, and PlayerUnknown’s Battlegrounds (and others) all require BattleEye suppport.”

by Tom’s Hardware.

Diferente do Windows, o Linux é um sistema em constante transformação e por isso, a sua compatibilidade com binários de aplicações antigas é afetada. Uma coisa é rodar um jogo lançado há +10 anos no Windows (que provê um excelente suporte para aplicações de legado), outra coisa bem distinta é fazer o mesmo no Linux! E para rodar jogos neste sistema, a Valve promove a utilização do Proton (uma camada de emulação de software e que é baseada no WINE), para rodar os jogos compilados para o Windows diretamente no Linux. Em uma recente atualização (6.3-8), uma nova série de jogos passou a ter suporte, com destaque para títulos que antes eram bloqueados, por falta de compatibilidade com certas tecnologias exigidas para o seu funcionamento. Apesar dos problemas de compatibilidade e das quedas de performance por causa deste processo de emulação, a solução funciona até relativamente bem!

Porém, muitos acreditam que ela acabará prejudicando o lançamento de jogos com binários nativos para o Linux, já que em tese não seria necessário lançar jogos para este sistema. Mesmo assim, a Valve continua investindo no desenvolvimento de sua plataforma, trazendo para ela o suporte para novas tecnologias como a Fidelity FX Super Resolution (FSR) da AMD, ou a Xe Super Sampling (XeSS) da Intel. Interessante notar que ambas são baseadas em padrões abertos e podem ser utilizadas em qualquer hardware compatível, ao passo que a Deep Learning Super Sampling (DLSS) da nVidia ainda não possui suporte para este sistema, por se tratar de uma tecnologia proprietária e exclusiva para as suas placas de vídeo.

Apesar de não acreditar no sucesso do Linux como plataforma de jogos, torço para que eu esteja enganado e que os esforços da Valve (e das demais empresas que publicam jogos para o Tux) seja premiado, com um ecossistema forte e saudável. Inclusive, com a ascenção dos GaaS (“jogos como serviços”), este cenário poderá até mudar para melhor, já que estes últimos tendem a receber atualizações periódicas e por isto, se tornariam viáveis para serem suportados a longo prazo, para sistemas operacionais dinâmicos como o Linux.

Só espero que a Microsoft não venha querer “estragar a festa”… &;-D