Diferente da Sony, a Microsoft pretende tornar a sua plataforma Xbox mais focada em serviços de entretenimento, tirando o foco do hardware (o console propriamente dito) e direcionando-o para os diferentes tipos de dispositivos. Por isto, as assinaturas de serviços como a Gold e o Game Pass, bem como o serviço de streaming Xbox Cloud Gaming, se tornaram essenciais para as suas empreitadas. Apesar de tudo, os consoles clássicos continuarão a existir, entregando as experiências tradicionais que conhecemos…
Diferente dos demais equipamentos, os consoles são subsidiados pelo fabricante, sendo vendidos a preços de custo e em muitos casos, por valores até mesmo abaixo disto, gerando prejuízos financeiros em suas vendas. No entanto, a comercialização de jogos e a subscrição de serviços acabam contra-balanceando o cenário e no final das contas, a plataforma como um todo gera bastante lucro para a empresa, conforme as publicações de relatórios financeiros promovidos por ela. Então, seria possível eliminar os prejuízos financeiros dos consoles, mas sem abrir mão das vantagens proporcionadas por estes equipamentos?
Imaginem um cenário, no qual o sistema operacional do Xbox (o qual é nada mais que uma versão otimizada do Windows e com uma interface dedicada, para rodar em seus consoles) se torna uma peça de software independente, para rodar em qualquer equipamento x86 com hardware capaz de atender aos requisitos dos jogos que irão rodar neles. Obviamente que para avaliar tais requisitos, este sistema teria uma ferramenta especial, para executar os testes de aptidão necessários e informar ao usuário, se o hardware atenderá as demandas (tal como já existe para o próprio Windows). Inclusive, ele poderia ser até automatizado, definindo a resolução ideal e a taxa de quadros, através das especificações da TV na qual ele se encontra conectado.
Neste caso, teríamos uma nova plataforma híbrida, a qual combinaria a flexibilidade do PC desktop para a customização de hardware, ao mesmo tempo em que ofereceria a usabilidade dos consoles para o uso em uma sala de estar, conectado a uma TV de tela grande e otimizado para o uso de joysticks. A Microsoft até poderia fabricar e vender os consoles Xbox como hardware de referência para o desenvolvimento de jogos, ao passo que tais jogos entregariam mais opções de ajustes e configuração, para os equipamentos que executarem este sistema operacional. E mesmo que ele seja utilizado nos computadores tradicionais, isto também facilitaria bastante a vida dos usuários, já que poderiam designar partições separadas, para a instalação de ambos os sistemas.
De tempos em tempos (preferencialmente, a cada 3 anos), este nosso hipotético “Xbox OS” deverá ser atualizado, com o objetivo de realizar as otimizações habituais, bem como prover suporte para as APIs e os componentes de hardware. Além disso, ele também será uma referência para promover a compatibilidade dos jogos, os quais de tempos em tempos deverão ser atualizados para prover suporte para o sistema operacional em uso. Por fim, ele também possibilitará reduzir a base de hardwares suportados, já que os equipamentos mais antigos certamente não atenderão mais a todos os requisitos de hardwares desejados (com a versão mais antiga do sistema sendo mantida apenas para fins de legado).
Viajei na maionese? Pirei na batatinha? Fumei um bagulho doido? Pode ser. Mas não se esqueçam de que há tempos, os consoles de videogame vêm se aproximando há tempos dos PCs desktops. Começou bem com a adoção da arquitetura x86 no lugar da PowerPC, embora tenha deixado a desejar através dos consoles de meia-geração. E no caso da Microsoft, tanto os consoles quanto os PCs desktops utilizam a mesma base de software, diferenciando-se apenas na interface em uso: o sistema operacional (baseado no Windows) e a API gráfica Direct X. Um sistema operacional independente, dedicado e otimizado, direcionado para ser instalado em hardwares para executar a função de consoles, seria apenas um simples passo.
Queira ou não, a Microsoft precisa se reinventar, pois até o presente momento, a relação de vendas entre os consoles PlayStation e Xbox é de 2:1! Além disso, outros aspectos favorecem esta proposta, como a pequena diferença de qualidade gráficas entre as últimas gerações de consoles (e para a próxima, certamente não será muito diferente), bem como a necessidade de contar com jogos que rodem em diferentes gerações (através da compatibilidade binária). Por fim, ela poderia definitivamente “matar” a cara versão X e manter apenas a barata versão S, pois além de ser mais atrativa (US$ 300,00), apenas uma minoria insignificante de jogadores utilizam resoluções acima de Full-HD (e se for o caso, se valer de tecnologias de resolução dinâmica para Quad-HD e 4K)!
E de quebra, trazer um Box TV otimizado para “rodar” jogos nas nuvens… &;-D