Desde os meus tempos de faculdade (e bota tempo nisso), já sabia que a área de Tecnologia da Informação (ou simplesmente TI) vive um belo contraste: se por um lado as vagas de emprego sobravam porque não haviam profissionais qualificados, por outro existiam um monte de desempregados em vista da falta de qualificação necessária, para atender os requisitos das vagas em questão. E pelo visto, os anos se passaram, as instituições e os órgãos governamentais não tomaram as devidas ações e por isso, a situação continua “a mesma de sempre”…
“The tech talent crunch is impacting organizations of all sizes. The lack of qualified IT specialists is a rising concern with no end in sight. Taking into account accelerated retirement plans of the Baby Boomers and the “great resignation” spurred by the pandemic, tech companies will be even more reliant on the upcoming generation of university graduates to fill the ranks of data specialists, AI experts, and software engineering pros.”
— by ITPro Today.
A ITPro Today publicou uma matéria interessante, a qual aborda diversas perspectivas relacionadas a escassez de mão de obra especializada em TI. Em destaque, ela citou as mudanças culturais trazidas pela pandemia do COVID-19 (que promoveu a adoção das ferramentas remotas tanto para os estudos, quanto para o trabalho), as dificuldades de acompanhar as grandes mudanças tecnológicas (ocorridas em curtos espaços de tempo), a necessidade de promover o desenvolvimento de habilidades comportamentais (soft skills) e por fim, também apresentou questionamentos em relação a real necessidade dos diplomas acadêmicos, em prol de outras abordagens mais modernas.
A partir de uma série de entrevista feitas a diversos especialistas, foram feitas uma série de questionamentos em relação as universidades e as suas práticas de ensino, indo desde a formação destes novos profissionais, passando pela falta de treinamento para as habilidades e tecnologias mais solicitadas, de investimentos para programas de estágio, de flexibilidade para mudanças nas carreiras profisionais e por fim, de cursos voltados para a comunicação (e não apenas um idioma estrangeiro), entre outros aspectos de menor importância. Apesar de tudo, havia um consenso em relação ao bom trabalho feito pelas universidades, graças a boa empregabilidade dos estudantes recém-formados!
O “X da questão” é que esta matéria se refere a qualidade geral das boas universidades americanas! Em países de terceiro mundo (como o Brasil), o cenário é bem mais crítico e boa parte delas (especialmente as particulares) apenas cumprem os requisitos básicos de qualidade exigidos pelo MEC. E se não bastasse o fato destas faculdades “cuspirem” um enorme número recém-formados com formações precárias para o mercado de trabalho, o que mais me surpreende é saber que muitas das vagas de trabalho que são abertas, seriam muito bem atendidas por profissionais técnicos qualificados, se estes recebessem uma atenção especial em sua formação acadêmica!
E nem vou falar as vagas de estágio que exigem experiência… &;-D