SoC Apple M1 Ultra: muito além da poderosa performance…

O novo SoC ARM Apple M1 Ultra chegou ao mundo, causando um grande alvoroço graças as suas poderosas especificações técnicas! Basicamente, ele é uma combinação de 2 chips Apple M1 Max, que até então era a mais poderosa unidade computacional da empresa. Se a versão Max já conseguia competir de igual para igual com as CPUs x86 mais poderosas da Intel e AMD (e ainda com uma grande economia de energia), nem é preciso dizer o que podemos esperar da versão Ultra…

Este novo SoC será designado (inicialmente) para as workstations Mac Studio, as quais estão prontas para executar altas cargas de trabalho, sendo capazes de executar diversas aplicações ao mesmo tempo, passando por tarefas voltadas para a manipulação de conteúdos digitais (fotos, vídeos, músicas, etc) e até mesmo, realizar cálculos matemáticos complexos, como renderizações de imagens e ambientes 3D imensos! Definitivamente, a Apple não está para brincadeira quando decidiu lançar este novo produto. No entanto, faz sentido a sua existência?

Eis, as especificações técnicas do novo monstro da Apple:

  • 20 núcleos (16 CPUs Firestorm e 4 CPUs Icestorm);
  • até 64 núcleos gráficos (GPUs);
  • 32 núcleos Neural Engine (IA);
  • até 128 GB de memória LPDDR5;
  • largura de banda de 800 Gbps;
  • 114 bilhões de transistores;
  • litografia de 5nm (TSCM).

A primeira vista, comprar uma poderosíssima workstation que provê recursos computacionais que excedem as necessidades dos usuários (por mais exigentes que sejam) e com valores exorbitantes, simplesmente não faz sentido. Obviamente, estaríamos bem servidos até mesmo pelas versões mais simples e em conta das novas workstations oferecidas pela Apple. No entanto, dois aspectos importantes deverão ser considerados: 1) maior velocidade na execução de tarefas que exigem alto desempenho; 2) o tempo de vida útil que o hardware poderá oferecer.

No primeiro caso, muitas das vezes o tempo ganho na conclusão mais rápida de determinadas tarefas acabam trazendo maiores retornos financeiros (ou grandes economias), a ponto de valer o investimento feito na plataforma (tempo é dinheiro). Em outros cenários, estes equipamentos se tornam opções viáveis para a substituição de plataformas computacionais de alto desempenho, que também são mais caras e consomem mais energia, além de estarem disponíveis exclusivamente como serviços (datacenters). Por fim, a sua flexibilidade também torna todo o conjunto mais atraente, já que poderemos utilizar um conjunto maior de conexões para a transferência de dados e saídas de vídeo, de forma simultânea.

Já no segundo caso, o equipamento terá plenas condições de trabalhar em alto nível durante muitos anos, o que minimizará a necessidade de trocas e reposições, desde que as condições ideais de uso e conservação sejam respeitadas. Não ficaria surpreso em saber que as workstations desta categoria, possam trabalhar por +10 anos, embora já não possam dar conta das demandas futuras de forma plena, em vista da alta carga de trabalho exigida pelas aplicações mais recentes (o hardware se tornará obsoleto). Ainda assim, elas poderiam ser perfeitamente utilizadas em atividades mais “leves”, concorrendo até mesmo com as workstations intermediárias destes novos tempos.

Seja como for, o novo SoC da Apple poderá escrever novos capítulos na história da computação pessoal, especialmente para aquelas relacionadas a computação de alto desempenho. Também não ficaria surpreso e saber que estas unidades computacionais possam ser utilizadas pela própria Apple, caso ela decida utilizá-los para ampliar o seu próprio leque de serviços nas nuvens, oferecendo plataformas virtualizadas poderosas o suficiente, para atender a várias demandas do mercado. Por fim, quem sabe a empresa decida entrar de vez no mundo dos jogos, entregando um console capaz de rivalizar com o Xbox ou PlayStation, além de oferecer uma alternativa interessante ao Nintendo Switch?

Ou talvez, eu apenas esteja “viajando na maionese”… &;-D