Os futuros PCs desktops serão equipamentos híbridos? Pois se…

… os novos SoCs ARM evoluírem ao ponto de oferecer uma boa performance computacional, ao mesmo tempo em que mantenham os valores acessíveis para o público geral, esta será (o que acredito) uma grande tendência! Antes, um PC desktop clássico era baseado em uma CPU x86, além de ser dotado de uma série de componentes intercambiáveis: placa-mãe, memórias, armazenamento, gabinetes, fontes, etc. Mas em um futuro não muito distante, acredito que veremos novas máquinas adotando elementos e componentes que até antes, só víamos em notebooks, tablets, smartphones e outros equipamentos do gênero…

Estes novos PCs desktops terão uma placa-mãe ainda mais integrada, pois o próprio SoC já é um chip integrado “por natureza” (daí o nome System On a Chip) e vir já soldado diretamente nela, utilizando o famoso formato BGA (Ball Grid Array), em substituição aos tradicionais soquetes que conhecemos. E dependendo do fabricante, ela poderá ter (ou não) os clássicos slots PCI-Express, os quais geralmente são utilizados para instalar as placas de vídeo. Por fim, elas ainda manterão os bancos e slots necessários para encaixar os demais componentes, destacando-se as memórias RAM e as unidades de armazenamento.

Porém, estes componentes também sofrerão profundas mudanças em relação ao seu formato. No caso das memórias RAM, saem de cena os tradicionais módulos DIMM (de uma vez por todas), para entrar em seu lugar os módulos SODIMM, já que eles são mais compactos e consomem menos energia, além de entregarem uma boa performance. O mesmo irá se dar para as unidades de armazenamento: os antigos HDDs, bem como os SSDs que ainda utilizam o antigo formato de 3.5″ e 2.5″, certamente irão sumir do mapa, em favor das atuais unidades SSDs baseadas nos formatos NVMe e mSATA, que por sua vez oferecem uma melhor performance e baixo custo.

Por fim, os gabinetes sofrerão uma redução consideravel de tamanho. Para aqueles modelos que ainda manterão os slots PCI-Express para a instalação de uma placa de vídeo, estes certamente terão o seu design repensado, já que o seu sistema de exaustão deverá se concentrar em remover o calor gerado por este componente. Já para os sistemas que promovem o uso de IGPs, será uma slot a menos no design do gabinete, o que simplificará ainda mais o seu design. Por fim, conseguiremos eliminar de vez, os cabos e outras conexões extras que em tempos antigos, tornavam a organização e a ventilação dos gabinentes, um belo desafio!

O mercado já possui alguns equipamentos com estas características, como o ECS LIVA Mini Box QC710, o qual se baseia em um kit para desenvolvedor baseado na plataforma Qualcomm Snapdragon. Já o Apcsilmic Dot 1 Mini PC também é outro baseado na mesma solução, mas ambos não oferecem uma maior flexibilidade na escolha de componentes internos. Por fim, ainda temos o Firefly EC-I3588J, porém este último é baseado no SoC Rockchip RK3588 (8 núcleos Cortex-A76 + 4 núcleos Cortex-A55, a 2.4 GHz), além de prover um compacto e estiloso, capaz de acomodar unidades de armazenamento tradicionais (HDDs e SSDs).

Seja como for, há tempos sabemos que é possível contar com unidades baseadas no set de instruções ARM, dotadas de boa performance computacional. Os novos PCs desktops da Apple (como o modesto Mac Mini e o poderoso Mac Studio) são belos exemplos a serem seguidos (e admirados), pois são baseados em SoCs customizados pela própria empresa, além de entregarem uma performance computacional de ponta para as suas respectivas categorias. E de quebra, também possibilitam uma grande economia de energia, já que eles são bem mais eficientes que os seus equivalentes baseados no set de instruções x86.

Sem contar que ainda teremos o RISC-V “comendo pelas beiradas”… &;-D