Há muitos anos, quando estava dando os meus primeiros passos no Linux, tive uma experiência negativa que quase acabou tirando o meu interesse neste maravilhoso sistema: a edição de textos através de editores avançados, como o Vim e o EMACS! Na época, estava apenas interessado em realizar a edição dos arquivos de configuração do sistema, mas como ainda não estava bem ambientado no universo do Software Livre, acabei sendo direcionada para estas duas poderosas ferramentas, as quais exigem uma certa curva de aprendizado para o seu uso…
“The previous release was version 8.2 in December 2019. Since the latest source code is always available on GitHub, many have already picked up later patch versions (there are more than 5000 of them!). Therefore the changes have already been tried out by many users. On top of that bugs have been fixed, security issues have been addressed, and many tests have been added. Code coverage has been dramatically increased. This version is more reliable than any before.”
— by Vim.
O problema é que ambas são voltadas para a realização de tarefas diversas, voltadas tanto para a administração do sistema (e a edição de textos é apenas uma delas), como para o desenvolvimento em geral. Resumindo: um tiro de canhão para matar uma mosca! Tempos depois, acabei conhecendo outros editores de textos mais básicos e o Nano se tornou a minha ferramenta oficial, para a realização de edição de arquivos de configuração do sistema. Ainda assim, dada a minha curiosidade e o meu interesse em aprender sobre o sistema, dediquei um pouco do meu tempo disponível para conhecer o básico sobre estes editores de texto.
Apesar deles serem bastante antigos, eles continuam evoluindo com o passar do tempo! No caso do Vim (que por sua vez é um derivado do Vi, que surgiu em 1976), ele tem recebido bastante melhorias até então, embora apenas incrementais e sem maiores inovações (nada inesperado, por se tratar de um ferramenta bastante madura). Porém, nesta última semana foi lançada a 9a. versão deste editor de textos, a qual traz como principal destaque uma grande quantidade de melhorias, bem como diversas correções de segurança, sem contar as otimizações de código feitas. Mas apenas isto justificaria uma nova versão major release?
Dããã, claro que não! O grande destaque desta nova versão está na implementação de uma nova linguagem de script. Batizada de Vim9, ela tem como principal objetivo melhorar drasticamente o desempemho geral da ferramenta, se valendo da compilação de comandos em instruções que podem ser executadas com maior eficiência. Para se ter uma idéia disto, estima-se um aumento na velocidade de execução da ordem de 10 a 100 vezes maior! Mas infelizmente, estas melhorias só podem ser alcançadas quebrando a compatibilidade com as implementações anteriores, embora elas ainda sejam suportadas como scripts de legado.
O Vim (assim como o EMACS e outras ferramentas do gênero) se tornou especial para mim, em virtude destes novos tempos em que a infraestrutura que conhecemos será administrada com códigos & scripts, através de abordagens como a IaC (Infrastructure as Code) e a SDN (Software-Defined Networking). Recentemente fiz dois cursos relacionados ao tema (um voltado para Python e outro para DevNet) e apesar de não tê-los concluído (ainda), aos poucos estou entrando (de cabeça) neste novo mundo, entendendo as suas leis e conceitos ao mesmo tempo em que me preparo para os novos desafios que irão surgir, na minha carreira profissional.
E quanto mais ferramentas nativas para o Linux houver, melhor… &;-D