Após a aquisição da Red Hat por parte da IBM, a big blue tomou algumas decisões corporativas contrárias aos interesses da comunidade do Software Livre. Dentre elas, a principal foi a descontinuação da distribuição CentOS, a qual era basicamente um clone da RHEL (Red Hat Enterprise Linux), designada para os usuários que não desejavam pagar por uma subscrição. No seu lugar, a IBM resolveu manter o Projeto CentOS Stream, o qual é basicamente uma distribuição de desenvolvimento contínua, que por sua vez será utilizada como base para o lançamento das futuras edições do RHEL…
“We are pleased to announce the general availability of Rocky Linux 9.0. Release notes are available in the Rocky Linux Documentation – these notes contain important information including known bugs and comprehensive details about changes in this version. Rocky Linux 9.0 can be downloaded on the Downloads page for the x86_64, aarch64, ppc64le, and s390x architectures. Cloud images are listed on the Cloud Images page.”
— by Rocky Linux.
Porém, o CentOS Stream não é um sistema adequado para ser utilizado em ambientes de produção, os quais geralmente exigem uma pilha de softwares estável e segura, sendo rigorosamente testado para garantir o seu perfeito funcionamento. A outra opção viável seria a Scientific Linux, um outro clone da RHEL que foi “criada” pela Fermilab/CERN para atender a propósitos científicos, mas que também foi posteriormente descontinuada. Para ocupar este espaço, surgiu a Rocky Linux! Esta é mais um clone da RHEL, a qual mantém as mesmas premissas da distribuição CentOS (inclusive, o seu nome é uma homenagem ao seu co-fundador Rocky McGaugh), além de manter a compatibilidade binária com a RHEL.
Com o lançamento do Red Hat Enterprise Linux 9 (há dois meses), seria uma questão de tempo para o lançamento do Rocky Linux 9, que por sua vez chegou na semana passada! Em destaque, a utilização de um novo sistema de compilação chamado Cloud Native (com base em uma plataforma interna batizada de Peridot), o qual foi usado para produzir as edições voltadas para as arquiteturas (set de instruções) de processadores x86_64, aarch64 e ppc64le. Tal como o novo RHEL 9, o ambiente gráfico padrão será o GNOME 40, além de trazer uma série de melhorias para as aplicações que fazem parte do núcleo deste ambiente gráfico.
Quanto as demais novidades, ela traz importantes melhorias para o sistema de arquivos XFS (o qual se tornou padrão para a distribuição, no lugar do ext4) e o suporte para várias linguagens de programação (Python 3.9, Ruby 3.0.3, Perl 5.32 e PHP 8.0), bem como novas APIs (Node.js 1.6), bibliotecas (glibc 2.34 e binutils 2.35) e compiladores (GCC 11.2.1), além de pequenas mudanças em prol da segurança para o OpenSSH. Por fim, vários utilitários e scripts de linha de comando para o uso em redes também serão removidos, em prol de ferramentas mais modernas como o mptcpd (MultiPath TCP Daemon), o NetworkManager e o nftables.
São tantas as melhorias, que vou ficando por aqui. Senão… &;-D