O quê você faria se o seu smartphone tivesse apenas 1% de bateria?

No meu caso, absolutamente… nada! Há um pouco +2 anos, adquiri em uma promoção o smartphone Apple iPhone SE, específicamente a primeira edição lançada há +6 anos, em 2016. O aparelho me conquistou pela sua compactez, qualidade da câmera digital e boa performance para o uso básico no dia-a-dia, apesar de sua idade para os padrões atuais. Mas de um tempo para cá, tenho notado que a sua bateria vêm perdendo a carga mais rápido do que antes, o que me fez considerar a sua troca. Até que em um “belo dia”, ela cai de 20% para apenas 1%…

Como já estava voltando para casa, não me preocupei muito com isto e ao invés de colocá-lo diretamente no carregador, resolvi deixá-lo consumindo o restinho da carga, para recarregá-lo posteriormente e assim treinar o seu sistema de medição de cargas, o qual provavelmente deveria estar desregulado em vista da queda de carga repentina. Mas para a minha surpresa, ele ainda ficou ligado por mais de um dia, trabalhando normalmente mesmo com apenas 1% de carga! Embora tenha entrado em um modo de economia mais agressivo, não era para isto acontecer.

A primeira vista, foi “engraçado” ver isto acontecer, já que em outras oportunidades estava trabalhando fora e devido a necessidade de contar com o smartphone para pedir um táxi, fiquei bastante preocupado pela possibilidade dele me deixar na mão (cheguei até mesmo a considerar a compra de uma bateria portátil). Se eu soubesse deste comportamento incomum do aparelho, certamente não teria tomado algumas decisões precipitadas. Seja como for, aproveitei esse período de férias, para realizar algumas experiências interessantes com ele.

Diferente das baterias de níquel-cádmio e níquel-metal-hidreto, as baterias de lithium não sofrem com o terrível “efeito-memória”, o qual reduzia a capacidade de armazenar energia se o usuário fizer constantes recargas parciais, em vista da formação de cristais internos que impedem a transferência dos elétrons. Porém, as baterias de lithium não podem sofrer recargas completas, já que isto acelera a sua degradação e com o tempo, passa a apresentar defeitos. O ideal é fazer recargas parcias ao invés de recargas completas, para maximixar a performance e a durabilidade deste componente eletrônico. Mas…

O problema é que com o passar do tempo, o circuito interno responsável pela medição da carga da bateria passa a ficar desregulado, reportando os valores de forma errônea. Como os usuários são leigos “por natureza” (e desconhecem o funcionamento das baterias de Líthium), eles acham que ela está sofrendo do terrível “efeito-memória” e a partir de então, passam a efetuar apenas as descargas e recargas completas, seguindo as dicas de colegas “especialistas”. Não façam isto, pois além de acelerar a degradação da bateria, este procedimento acarreta um outro problema MUITO mais sério: a explosão do dispositivo!

O lithium é um material instável, que não lida muito bem com os estresses causados por longos períodos de recarga, bem como o aumento da temperatura causado por este procedimento. Com o passar do tempo, os componentes internos que fazem o isolamento entre o catodo e o anodo se deterioram, permitindo o contato entre eles. O resultado é um aquecimento repentino e acelerado, seguido de uma explosão que apesar de não ser tão imponente quanto a da pólvora, é suficiente para causar danos e lesões nos portadores de smartphones.

Será este, o drama que irei passar nos próximos dias? Veremos… &;-D