Há muitos anos, numa época em que as distribuições GNU/Linux “bombavam” e a Microsoft ainda era vista como “o Império do Mal”, surgiu o gestor de janelas Compiz! Este era um projeto que tinha como objetivo, entregar um gerenciador de janelas em 3D, para tornar os ambientes gráficos mais bonitos, agradáveis e interessantes. Isto era feito através do uso de uma série de efeitos visuais, os quais eram aplicados nas janelas das aplicações e demais elementos do ambiente gráfico. As placas de vídeo 3D se encarregavam do processamento destes efeitos…
“Out this week is Compiz 0.9.14.2 as the first update — albeit just a point release — in two years for this open-source project that was widely used by the Linux desktop a decade ago. Compiz 0.9.14.2 has build fixes for working with newer versions of the GCC compiler, fixing some bugs affecting OpenGL ES usage, and adding support for the _GTK_WORKAREAS_Dn and _GNOME_WM_STRUT_AREA window management hints. The _GTK_WORKAREAS_Dn is used for signaling per-monitor work areas and and _GNOME_WM_STRUT_AREA is used for creating struts between monitors.”
— by Phoronix.
Mas com o passar dos tempos, as mudanças conceituais em torno da concepção do ambiente de trabalho, bem como a popularização de sistemas para dispositivos móveis (que traziam interfaces mais simples, leves, intuitivas e fáceis de usar), acabaram moldando a forma com que os usuários em geral, olhavam para os ambientes gráficos (o que influenciou até mesmo no desenvolvimento do Windows 8). Isto afetou bastante a popularidade do Compiz, que apesar de trazer uma nova abordagem bela e divertida, não acrescentava muito à interface em termos de usabilidade e de quebra, ainda consumia recursos do sistema! Por isto, ele foi sendo deixado de lado aos poucos, até cair definitivamente no esquecimento.
Só que não: após +2 anos desde a última atualização (nov/2019), o projeto Compiz ganhou uma série de pequenas melhorias pontuais, inaugurando a atual versão 0.9.14.2! Esta se destaca, por trazer correções de compilação para trabalhar com versões mais recentes do compilador GCC, além de eliminar alguns bugs que afetavam o uso do OpenGL ES e adicionar o suporte para novos recursos voltados para a gestão das janelas. Por fim, ele também corrige falhas referentes ao funcionamento da ferramenta pkg-config e a aparência do gerenciador de configurações do Compiz CCSM para temas escuros, além de prover suporte para compilações do CMake Unity, bem como outras pequenas melhorias adicionais.
Apesar de estar feliz com o “sinal de vida” dado pelo projeto, infelizmente não acredito que ele vá ressurgir das cinzas e retornar com toda a sua força, tal como era na época em que ele surgiu. No entanto, a implementação de novos efeitos visuais 3D poderão trazer insights que certamente irão influenciar de forma positiva, o desenvolvimento dos atuais ambientes gráficos (GNOME, KDE e Xfce) e suas ramificações, além das inúmeras interfaces gráficas mais leves.
Especialmente se adotarem tecnologias como o Ray-Tracing… &;-D