Durante 6 maravilhosos anos (2002 a 2008), fui um fiel usuário da distribuição Slackware e por consequência, do seu ambiente gráfico KDE (The K(ool) Desktop Environment). Nesta época, o KDE era considerado o mais poderoso ambiente gráfico disponível para sistemas GNU/Linux (no contexto da riqueza de recursos e grande número de funcionalidades), sendo o principal desktop para muitas distribuições (e o Slackware era uma delas). Mas a partir da versão 4.0, tudo mudou…
“As we near the end of Plasma 5, a lot of people are putting thought into what’s next for Plasma 6, beyond simply porting it to Qt 6. The general consensus is to avoid big architectural changes, with most of the major changes being UI improvements and new features. So KDE’s VDG team has been busy planning for that future, which has yielded a lot of improvements for the last and best version of Plasma 5!”
— by Adventures in Linux and KDE.
As suas inovações não foram muito bem recebidas (além de bugs, instabilidades e falhas de segurança) e por isto, o GNOME foi lentamente assumindo a liderança e com a “ajuda” do Ubuntu, se tornou o principal ambiente desktop! Ainda assim, a equipe de desenvolvedores do KDE manteve as suas crenças, dando continuidade ao desenvolvimento e a evolução do KDE Plasma. A 5a. edição foi lançada há alguns anos e recebeu bastante aprimoramentos e elogios (bem diferente da edição anterior), tornando o ambiente gráfico estável e funcional. Em breve, será a vez da 6a. edição!
Além da portabilidade do código para a biblioteca gráfica Qt 6, o principal objetivo da equipe de desenvolvedores é “evitar grandes mudanças arquitetônicas, com a maioria das principais mudanças sendo melhorias na interface do usuário”, além da adição de novos recursos que promovem uma maior produtividade. No geral, elas serão pontuais e progressivas, com destaque para o Dolphin (gerenciador de arquivos), o Discover (buscador de aplicações) e o KRunner (mini-linha de comando), além de outras ferramentas e utilitários nativas destes ambiente gráfico.
Obviamente, a interface gráfica recebeu uma atenção especial, com destaque para uma melhor exibição de textos da ferramenta Infor Center, as caixas de diálogo das aplicações que suportam o Flatpak sendo exibidas corretamente, as janelas que utilizam o tema Breeze dispondo de um contorno mais sutill e melhor contraste, os painéis flutuantes e as caixas de diálogo pop-up se integram melhor ao ambiente, entre outras melhorias não tão aparentes (mas úteis)!
Por fim, uma série de correções para bugs significativos também foram promovidos, com destaque para o perfil de aceleração “Flat” funcionando corretamente em uma sessão Plasma Wayland, além da barra de endereços de aplicações como o Firefox funcionar “como deveriam”. Interações com elementos visuais da interface gráfica (como o botão fechar de uma janela maximizada ou a exibição do cursor ao clicar e arrastar) também passaram a trabalhar melhor. No geral, +200 bugs foram contabilizados pelos desenvolvedores desde então.
Durante os anos em que fui usuário do KDE 3.x, ele era (de fato) o que havia de melhor em termos de ambiente desktop, apesar do GNOME 2.x ter evoluído bastante durante este período. Porém, a “implicância” que muitos entusiastas do Software Livre tinham com a biblioteca gráfica Qt (que antes, não era licenciada sob os termos da GNU GPL), acabou promovendo o desenvolvimento de softwares baseados em GTK e por isto, o GNOME também se beneficiava muito por dispor das melhores aplicações melhor integradas a ele. A excessão do KDevelop… 😉
Pois é… já estive “do outro lado”! Mas não pretendo “voltar”… &;-D