Lembro-me como se fosse ontem! No final dos anos 90, haviam muitos debates relacionados a diversos assuntos sobre os sistemas baseados em GNU/Linux, em longas (e agradáveis) listas de discussão sobre o Linux & Software Livre! Na época, havia um consenso de que o sistema era praticamente imune aos vírus e spywares existentes, embora fossem conhecidas apenas duas pragas digitais. Motivo: poucos usuários, o que “desestimulava” a criação de malwares…
“Linux might be enjoying a boost as more and more devices get powered by the operating system, but with popularity also inevitably come crooks, with new reports claiming the number of malware targeting the software skyrocketing in 2022. Findings from Atlas VPN based on data from threat intelligence platform AV-ATLAS, claims that in 2022 there were 1.9 million new Linux malware threats, bringing the figure up 50% year-on-year.”
— by TechRadar.
O que muitos não contavam é que, com a popularidade do sistema crescendo cada vez mais (especialmente no mercado de dispositivos móveis, através do Android), o número de malwares cresceu de forma impressionante, chegando a incríveis 1,9 novas ameaças registradas no ano passado (sem contar as que já existiam). E não para por aí: este número compreende uma proporção de +50 superior, em comparação ao ano anterior. O mais incrível ainda é saber, que a maioria das amostras de malware foi descoberta ainda nos seis primeiros meses do ano!
Estas informações foram reveladas pela Atlas VPN, com base nos dados da plataforma de inteligência de ameaças AV-ATLAS: 854.690 novas cepas foram registradas no primeiro trimestre, seguidas de 833.065 no trimestre seguinte. Já a partir da segunda metade do ano, as detecções foram de 75.841 e 164.697 para os demais trimestres. Ainda assim, o consenso geral dos pesquisadores é de que o Linux “é um sistema operacional altamente seguro”, graças a natureza do código aberto (tornando-o menos suscetível a falhas e vulnerabilidades, por possibilitar uma melhor auditoria) e aos limites de privilégios administrativos dos usuários (escalação de privilégios).
Não sei se é para ficar feliz ou triste: por um lado, isto é o reflexo da sua grande popularização (linuxer em geral, sonham em ver o sistema “dominar o mundo”); por outro, muitos fã-boys da Microsoft especialistas até então acreditavam que o kernel Linux gozava de grande prestígio na segurança, em vista do “pouco interesse dos criminosos em promover ataques contra o sistema”. Seja como for, será interessante ver como este incrível ecossistema de Software Livre formado em torno do kernel Linux, irá se comportar não só com o crescente aumento de malwares, mas também em relação aos demais tipos de ataques cibernéticos.
Ainda assim, o “dita-cujo” não sai da casa dos 2% em desktops… &;-D