GIMP 3.0: o que esperar deste maravilhoso editor de imagens? Pois…

… apesar de ser um software importante e bastante antigo no ecossistema do Software Livre (lançado no final de 1995), o GIMP apresentou uma evolução lenta e gradativa ao longo dos anos e por isto, somente agora (quase 30 anos depois) é que teremos a sua terceira versão “major release”! Dentre as grandes mudanças previstas para este adorado editor de imagens, está o porte para a biblioteca gráfica GTK 3 (embora a GTK 4 tenha sido lançada a tempos) e a reformulação da sua interface gráfica, além da redefinição de suas cores (modo escuro)…

“Closer than ever to a release candidate for GIMP 3.0, we introduce the latest development version: GIMP 2.99.16! This news covers some of the more noteworthy or interesting parts of this update and we are very happy to be able to showcase these. (…) GIMP 3.0 has been known as the GTK+3 port version, so you will be happy to read that this port is finally over. To be fair, we still have a few minor deprecation warnings here and there, but nothing like the hundreds we used to have.”

— by GIMP News.

Um aspecto curioso em relação ao GIMP e a biblioteca GTK é que esta última foi concebida originalmente para ser utilizada no desenvolvimento do próprio software (daí o seu nome “GIMP Tool Kit”). No entanto, ela acabou ganhando vida própria e passou a ser mantida de forma independente, pelo Projeto GNOME. Para variar, as versões atuais do editor gráfico ainda utilizam versões antigas da biblioteca GTK: quando o GTK 4 foi lançado (em 2018), logo depois foram iniciados os trabalhos para portar o GIMP do GTK 2 para o GTK 3! Por isto, este é um dos principais motivos pelo qual, o futuro GIMP 3.0 é tão aguardado.

Já em relação a interface gráfica, o maior destaque ficará por conta da integração do menu principal e da barra de tarefas (uma tendência das aplicações que também são projetadas para serem executadas no GNOME), com o objetivo de aproveitar melhor os espaços disponíveis da área de trabalho, bem como prover uma melhor otimização para o seu uso. Já em relação as cores adotadas para o modo escuro (tema dark), foram feitas mudanças para atenuar o seu tom que foi considerado muito escuro. A versão mais antiga foi movida temporariamente para um novo tema (darker) e a sua manutenção ainda continua uma incógnita.

Por fim, o GIMP irá amplicar o suporte para diversos tipos de formatos de arquivos, destacando-se o FITS (usado em astronomia), o PSD (exportação para o formato nativo do Adobe Photoshop), o TIFF (suporte para metadados e alguns recursos proprietários) e o JPEG (diversas melhorias para os seus sub-formatos derivados), entre outros não tão conhecidos como o PAM, o QOI, o Amiga IFF/ILBM e o DCX. Embora o nível de compatibilidade varie de acordo com o formato em uso, na prática pode-se dizer que o GIMP será capaz de suportar qualquer um deles!

Sem contar as inúmeras melhorias, otimizações e correções…

O que mais esperar do GIMP? Da minha parte, já estou satisfeitíssimo com a sua existência e os recursos oferecidos por ele, embora seja um usuário que se limita a fazer apenas “o básico do básico” de editoração de imagem. Na maioria das vezes, utilizo o gThumbs para as edições básicas (recorte, redimensionamento e ajustes de brilho, contrastes e cores) e o EOG (Eye of GNOME) para visualizar as imagens do meu acervo pessoal, acionando o GIMP apenas para executar operações um poquinho mais sofisticadas, não suportadas pelo gThumbs.

Inclusive, muitas das imagens postadas aqui já foram tratadas pelo GIMP! &;-D