Há alguns anos, as especificações técnicas das principais plataformas de hardware para jogos consistiam em uma combinação de processadores da Intel e placas de vídeo da Nvidia, além de outros componentes de fabricantes diferentes. Em geral, as linhas de CPUs Intel Core dominavam o mercado (enquanto a AMD “tropeçava” com arquiteturas ruins antes da linha AMD Ryzen), ao passo que as placas de vídeo NVidia Geforce sempre se mantiveram no topo do mercado (ainda que a AMD oferecesse bons produtos para competir)…
Mas agora, com a ascensão das placas de vídeo da Intel e as boas CPUs da linha AMD Ryzen, acredito que este cenário possa mudar: em um futuro não muito distante, teremos máquinas com CPUs e GPUs “exclusivas” de cada fabricante, no mercado intermediário! De um lado, a Intel com as suas CPUs Core e GPUs Íris Xe; de outro, a AMD com as suas CPUs Ryzen e GPUs Radeon. Já para as máquinas mais poderosas, certamente teremos uma combinação de CPUs Intel ou AMD, porém com as tradicionais placas de vídeo avançadas da Nvidia. Estas por sua vez, serão designadas somente para um seleto grupo de gamers “de bem com a vida”!
Já para os demais gamers, a relação custo vs benefício sempre foi o principal parâmetro a ser levado em conta, para a montagem e configuração de um bom PC desktop para jogos. Em geral, estes consumidores optam por adquirir componentes que vão dos básicos aos intermediários, que além de promover um bom balanço entre a performance, o consumo de energia e os custos relacionados, também possibilitam proverem combinações únicas para extrair o máximo da plataforma: ao mesmo tempo em que promovem experiências tão boas quanto as encontradas em máquinas de alta performance (desde que sejam respeitados os seus limites).
Segundo algumas notícias, a AMD decidiu que a sua próxima geração de GPUs para placas de vídeo não terá uma unidade gráfica designada para os gamers avançados e ao invés disto, ela irá se concentrar exclusivamente nos mercados de entrada e intermediário. Inclusive, ela também já havia declarado que as atuais placas de vídeo AMD Radeon RX 7900 XT/XTX, não foram criadas para competir diretamente com as placas Nvidia Geforce RTX 4090, pois não faz sentido em termos estratégicos: ao invés de criar placas com valores acima de US$ 1,500 e que consomem +600 Watts, seria mais viável investir em placas custando “apenas” US$ 999 (e consumindo bem menos), além de entregar uma boa relação custo vs benefício.
Se já não bastasse a boa relação custo vs benefício, o fato de contar com CPUs e GPUs do mesmo fabricante poderá também trazer algumas vantagens interessantes, com destaque para as questões relacionadas a compatibilidade e (principalmente) a possibilidade de agregar os recursos computacionais das GPUs com os gráficos integrados das CPUs. Esta abordagem não é algo novo ou inédito: a AMD já havia trazido para o mercado a tecnologia Hybrid Crossfire, a qual combinava uma GPU discreta com os gráficos integrados, para melhorar a performance gráfica geral. Por isto, não ficaria surpreso em saber que a própria Intel possa adotar a mesma estratégia, além da AMD resolver trazê-la de volta nestes novos tempos.
Por fim, estes fabricantes também possuem as suas respectivas tecnologias para o redimensionamento e o escalonamento de images (upscaling), baseadas no uso de IA para definir os sub-pixeis que deverão ser inseridos nos detalhes, sem perder a qualidade geral ao mesmo tempo em que mantém o desempenho “nas alturas”. A AMD batizou-a de FSR (Xe Super Sampling) e a Intel, de XeSS (FidelityFX Super Resolution). Adotando plataformas integradas com soluções de processamento e gráfica de um único fabricante, será que estes sistemas poderiam tirar melhor proveito das tecnologias integrada a estes produtos? Eis, uma bela pergunta!
Eis, a minha aposta: tanto a Intel quanto a AMD, irão promover uma série de ações para fortalecer e consolidar a sua presença neste mercado, destacando-se as vantagens que serão oferecidas para os fabricantes de hardwares que adotem os seus produtos na montagem de PCs desktops para jogos, bem como os descontos que terão os consumidores ao adquirir equipamentos dotados de CPUs e GPUs (e outros componentes) de um único fabricante. Além disso, também serão desenvolvidas, aprimoradas e integradas as tecnologias, os recursos e os serviços, que façam o uso da combinação destas unidades de processamento.
Estou prevendo o futuro? ou apenas “viajando na maionese”… &;-D