Embora o GNOME e o KDE sejam os ambientes gráficos mais usados na atualidade, ainda assim muitos linuxers acabam preferindo utilizar interfaces gráficas mais simples (e sabe-se lá, por qual motivo) e triviais! Em geral, estas consomem menos recursos de hardwares, além de serem mais flexíveis e versáteis para determinadas personalizações. Por fim, muitos desta seleta classe de usuários (geralmente na casa dos 40 anos) também curtem reviver as “boas e nostálgicas” lembranças de um passado não muito distante…
“NsCDE is a desktop environment that pays homage to the classic CDE while infusing it with modern power and flexibility. Think of it as a heavyweight FVWM theme on steroids, with a unique blend of free software components, custom FVWM applications, and extensive configuration options. It’s essentially a bridge between the beloved CDE look and a fast, adaptable environment tailored for today’s UNIX-like and Linux systems.”
— by DebugPoint.
Infelizmente, a maioria destas interfaces não são mantidas de forma ativa pelos desenvolvedores e a sua comunidade de entusiastas e não raro, nem sequer recebem as atualizações pontuais ao longo dos anos! Porém, este não é o caso do NsCDE (Not so Common Desktop Environment): concebido para ser um poderoso ambiente desktop Unix, mas com uma aparência que remete as clássicas interfaces gráficas dos anos 90! Inspirado no tradicional CDE (Common Desktop Environment), o NsCDE possui recursos modernos (embora tenha requisitos de hardwares maiores), baseado fortemente no FVWM (F Virtual Window Manager).
Arindam (administrador do site DebugPoint) publicou um belo tutorial, com todas as instruções necessárias para realizar a sua instalação, no sistema operacional Debian Linux (12 ou superior). Embora seja um software livre e licenciado sob os termos da GNU GPL 3.0, os pacotes binários para esta interface gráfica não se encontra disponível nos repositórios oficiais do Debian e por isto, requer a sua instalação à parte, através de um pacote independente, disponibilizado pelo próprio projeto via GitHub (que também é compatível com o Ubuntu, além de outros voltados para distribuições como o Fedora e o SUSE. E se porventura algum inconveniente acontecer durante o processo, nada que um “apt –fix-broken install” não possa resolver!
Após a sua instalação, o NsCDE irá realizar uma série de perguntas sobre ajustes e personalizações, para que possamos aceitar ou rejeitar de acordo com os nossos critérios (“yes” ou “no”), destacando-se aspectos visuais como o suporte para a (defasada) biblioteca gráfica GTK3 e outros ajustes relacionados a aparência e exibição dos elementos gráficos que a compõe. Por ser inspirada em interfaces gráficas de sistemas Unix dos anos 90, não espere encontrar algo bonito de se ver (embora ela seja melhor estruturada e o seu acabamento, bem mais polido); mas, como a sua proposta é resgatar a nostalgia daqueles tempos…
Se vale à pena? Bem, isto irá depender de cada usuário! Obviamente, os linuxers mais antigos certamente irão curtir muito reviver estas experiências para lá de nostálgicas, ao mesmo tempo em que os novos linuxers também poderão curtir uma interface gráfica “diferenciada”, que foge dos conceitos modernos encontrados nos atuais ambientes gráficos que conhecemos! O grande trunfo do NsCDE não só está no fato de possibilitar isto, mas também em aprimorar estas experiências dotando-a de recursos essenciais como a renderização de fonte XFT, as alterações dinâmicas de aplicativos e um gerenciador de janelas superior em FVWM.
Ainda assim, prefiro o bom e velho Xfce… &;-D