Vida nova para os filmes (e séries) antigos? Pois no que depender…

… da inteligência artificial, acredito que sim! Até a metade dos anos 90, as filmagens se baseavam no uso de tecnologias “analógicas” (não vou entrar muito em detalhes, pois confesso que não entendo muito sobre estes equipamentos), que por sua vez geravam imagens que se caracterizavam pelo formato 4:3 (para ser reproduzidas pelos antigos televisores de tubo), pela baixa resolução (640×480) e pela alta granulação, embora fossem ricas em brilho e cores. No geral, deixam bastante em termos de qualidade, se comparados com os filmes da atualidade…

Felizmente, as ferramentas de tratamento de imagem (e de áudio) evoluíram bastante, nos possibilitando realizar incríveis trabalhos de restauração, ao mesmo tempo em que mantém a sua bela estética “nostálgica”! com elas, poderemos corrigir uma série de falhas e defeitos, além de eliminar as terríveis granulações (embora muitos diretores preferem mantê-las, em “nome da arte”). E não só poderemos realçar as cores, como também recolorir os clássicos criados em preto e branco (embora muitas vezes o resultado deixem a desejar).

No entanto, nem todas as operações desejadas poderão ser feitas. Por exemplo, podemos até mesmo ampliar a resolução da imagem e compensar os pixels faltantes, através do uso de técnicas como a interpolação; mas, esta deixa a desejar na exibição dos detalhes da imagem. O mesmo se dá em relação ao formato (4:3), já que para adaptar uma mídia para ser reproduzida no formato widescreen (16:9), muitos editores apelam para o corte, o que nem sempre resulta em um bom enquadramento. Então, o que a inteligência artificial poderia fazer por nós?

Se para os jogos eletrônicos, os principais fabricantes de GPUs já oferecem tecnologias que possibilitam escalonar as imagens tridimensionais geradas por cálculos matemáticos, seria possível contar com tecnologias equivalentes para as imagens planas, baseadas em mapeamento de bits (bitmaps)? Embora já existam serviços que permitem fazer isto, na prática o resultado ainda não considerado o ideal, já que só funciona bem para imagens mais limpas, dotadas de traços bem definidos e palheta de cores limitadas, como é o caso dos desenhos.

Já em relação a mudança do formato da imagem, vale lembrar que já existem tecnologias designadas para remover os elementos indesejados de uma imagem e recompor o espaço vazio deixado por eles, com base nas informações adjacentes. Dentre as ferramentas que são capazes de realizar diversos tipos de manipulações na imagem (com base na inteligência artificial) está o Cutout.Pro, o qual (até o presente momento) se mostrou o mais completo da categoria. No entanto, ele não oferece nenhum serviço que possibilite reconstruir partes laterais de uma imagem, caso façamos a mudança do seu formato (4:3 para 16:9 ou vice-versa).

Pessoalmente, acredito que em um futuro não muito distante, teremos uma aplicação ou serviço que irá tirar proveito dos “poderes da IA” e tornará possível realizar uma série de operações, para restaurar os filmes antigos. Imaginem poder carregar uma mídia baseada no formato 4:3, com resolução limitada a 640×480, dotada de cores saturadas (ou não) e cheia de ruídos e granulações. Após definirmos os atributos desejados, poderemos clicar em um simples botão e no final do processo, contar com esta mesma mídia no formato 4K, exibindo uma qualidade de imagem impecável e de quebra, fluindo a 60 quadros!

Ou talvez, ela já exista e eu (ainda) não saiba… &;-D

2 thoughts on “Vida nova para os filmes (e séries) antigos? Pois no que depender…”

  1. Se não me falha a memória, com o filme analógico podemos obter uma resolução comparável de até 20 megapixels. Mas o problema maior não é a resolução e sim o formato. Daí, a necessidade de uso das tecnologias de IA generativa, para “criar” as partes das imagens faltantes. Obrigado pela dica. Faz tempo que não acesso o Hardware! &;-D

Comments are closed.