Eis, a realidade dos dispositivos móveis, especialmente os notebooks: eles possuem uma vida útil que começa a contar antes mesmo de sair de fábrica! Em geral, um bom equipamento dura em média 5 anos de uso e embora seja possível utilizá-lo por bem mais tempo, a sua defasagem tecnológica acaba determinando o fim da sua vida útil. Não raro, muitos destes equipamentos poderiam funcionar até mesmo por décadas, embora se tornem praticamente inúteis em vista de não suportar mais os softwares (e serviços) modernos…
Não só as CPUs, como os IGPs e a memória RAM, são os principais responsáveis pela “obsolência programada” destes equipamentos, como também se tornaram grandes empecilhos para a sua troca, já que muitos destes componentes são soldados diretamente na placa-mãe (como é o caso das CPUs e dos IGPs). Se por um lado, esta integração se tornou o principal motivo pelo qual estes equipamentos se tornaram “engessados” (para as trocas e atualizações), a ironia é que graças a eles, poderíamos conceber novas classes de produtos “reutilizáveis”!
Graças aos SoCs (System on a Chip), podemos conceber um sistema computacional (quase) completo em um único chip (ou placa eletrônica), que por sua vez poderia ser projetado de forma a se tornar intercambiável, para os novos dispositivos portáteis que façam o uso deles. Assim, a sua carcaça (composta pelo corpo do equipamento, com tela LCD, teclado & touchdpad, conexões e bateriais) poderia ser reaproveitada, bastando apenas trocar o “miolo” tal como fazíamos para substituir as memórias RAM SODIMM ou o armazenamento interno.
O conceito não é algo que possa se chamar de novo, já que existem diversos kits que visam transformar uma plaquinha computacional Raspberry Pi (ou qualquer outro fabricante) em um portátil completo e (pseudo) funcional. No entanto, as abordagens já feitas e os produtos disponíveis em geral são de baixa qualidade e entregam um custo vs benefício relativamente ruim, se levarmos em consideração a performance do sistema e os valores cobrados. No máximo, daríamos para ter um equipamento com características próximas aos Chromebooks.
Mas com a ascensão dos novos SoCs que contém as poderosas e badaladas CPUs ARM Cortex da série X (com “performance acima de tudo”), a coisa muda de figura! Para se ter uma idéia do seu poder computacional, um simples ARM Cortex-X3 rodando a 3.0 GHz é comparável a uma CPU x86 de alta performance, como as séries Intel Core i7 para portáteis, além de consumir bem menos energia. Obviamente, estes “módulos computacionais” (que podem ser encaixados em qualquer carcaça compatível) serão mais caros; porém, eles irão proporcionar uma maior flexibilidade de uso, além da economia no reaproveitamento do equipamento.
Além do mais, já chega de lixos eletrônicos poluindo o nosso planetinha… &;-D