HDDs estão com os dias contados para atuar como soluções de storage?

Se existe uma tecnologia que se mostrou resiliente ao longo dos anos, esta é a solução de armazenamento baseado em discos magnéticos. Conhecidos popularmente como HDDs (Hard Disk Drives), estas unidades existem desde os anos 50 e ainda continuam presentes em nossas vidas, mesmo com todas as tentativas de substituí-los! Apesar das soluções mais modernas baseadas no uso das memórias flash NAND, se mostrarem superiores em praticamente todos os quesitos possíveis, os HDDs ainda continuam sendo empregados para o armazenamento de dados, devido a sua única vantagem relacionada ao baixo custo por gigabyte…

“Disk Archive Corporation has announced it can boast more than 350 customers in the broadcast and media industry as it continues on its near-20-year crusade to promote its unique approach to data storage. The UK-based company, founded in 2008, believes its Alternative to Linear Tape-Open (ALTO) chassis appliance is far superior to conventional archival methods. This system relies on SATA disk drives, which spin for just 50 hours a year, which extends the usable life of the storage media by at least 15 years, according to Blocks and Files.”

— by TechRadar Pro.

Inclusive, a empresa Disk Archive Corporation (sediada no Reino Unido desde 2008) pretende manter esta “tradição”, ao promover o seu exclusivo sistema de armazenamento de baseado no uso exclusivo de HDDs, que promete uma vida útil de até 15 anos: eis, o ALTO (Alternative to Linear Tape-Open)! Esta abordagem única se baseia na utilização de um chassi, que possibilita a conexão de vários HDDs SATA, os quais são mantidos em funcionamento por apenas 50 horas por ano. Por este motivo, a sua vida útil é prolongada bastante, graças ao uso racional.

Dentre os aspectos mais interessantes desta abordagem, está a opção por não utilizar a tradicional tecnologia de redundância RAID (Redundant Array of Inexpensive Disks), que por sua vez controla a gravação de dados em várias unidades de forma simultânea. Justamente por abandonar o RAID, isto irá reduzir a necessidade de aumentar a quantidade de horas em que os discos dos HDDs são acionados, o que (obviamente) irá estender a sua vida útil! No entanto, fica a pergunta no ar: qual sistema de redundância é empregado no seu lugar (pois TEM que existir)?

Claro que outras tecnologias (que visam estender a vida útil dos sistemas de armazenamento) já estão sendo desenvolvidas e/ou aprimoradas, como é o caso do Cerabyte e do Projeto Silica, que por sua vez utilizam a cerâmica e o vidro como materiais de base para o armazenamento de dados. No entanto, estas tecnologias ainda não atingiram o grau de maturidade desejado, além de estarem um pouco longe de serem comercialmente disponíveis, o que acaba estendendo ainda mais a vida útil da tecnologia desenvolvida pela Disk Archive Corporation.

Embora a DAC tenha como alvo específico, os setores de produção cinematográfica, transmissão de TV e gravação judicial (que precisam manter as suas produções arquivadas por décadas), a primeira coisa que me veio à mente são os serviços de computação em nuvem, como o Amazon AWS, o Microsoft Azure e o Google Cloud, que em geral oferecem serviços de armazenamento a longo prazo a custos bem acessíveis. No caso da AWS, temos o Amazon S3 Glacier que certamente deve utilizar algo “parecido” com esta tecnologia. Ou estou enganado?

E em pensar que um dia, logo estaria livre dos terríveis “clicks”… &;-D