Em sistemas Unix, o servidor gráfico X-Windows é responsável pela utilização dos recursos visuais providos pelo subsistema gráfico e assim, exibir as interfaces gráficas providas pelos ambientes gráficos que usamos (e adoramos), além de oferecer suporte para as interações com os dispositivos de entrada e saída (mouse, teclado e touchscreen). Até então, utilizávamos o servidor gráfico XFree86 que devido a uma mudança no sistema de licenciamento (incompatível com os termos da GNU GPL), foi deixado de lado em prol do seu fork X.org…
“2024 seems to be a significant year for Wayland! We have been seeing a major shift towards its adoption lately, in ways previously unseen. Take for instance KDE Plasma 6, which defaulted to Wayland with the option to use X11 as a second choice, or Wine 9.0, which has already started experimenting with a Wayland driver earlier this year. And, Fedora needs no introduction with Wayland. It has been using Wayland as its display server for a long time now. However, now Fedora is all set to drop installing X11 session by default…”
— by It’s FOSS.
Embora tenha nos atendido bem, o X.org possui sérios problemas relacionados a arquitetura (por se basear no antiquado padrão X11) e a segurança (por ter recebido uma série de remendos ao longo dos anos), apesar de oferecer uma boa compatibilidade com as unidades gráficas e as aplicações existentes. Por isto, surgiu o projeto Wayland que foi desenvolvido “do zero” desde o início, trazendo uma arquitetura gráfica totalmente reformulada e entregando um servidor gráfico moderno, eficiente, seguro e fácil de ser mantido e atualizado. No entanto, por ser um projeto relativamente recente, a compatibilidade com as aplicações e serviços ainda continua sendo o seu grande “calcanhar de Aquiles”!
Por isto, muitas distribuições estão gradualmente migrando do X.org para o Wayland, mantendo ambos de acordo com as necessidades e os interesses dos seus usuários. Mas para a distribuição Fedora Linux, o X.org já está com os dias contados: a partir da versão 41, este servidor gráfico completamente removido e os seus usuários somente terão à sua disposição, o Wayland! Vale lembrar que há tempos, o Fedora já havia tornado este último o seu servidor gráfico padrão, mas ainda mantinha o X.org como opção alternativa, para ser utilizado em caso de problemas de compatibilidade com as aplicações gráficas disponíveis.
Embora o Fedora 40 ainda esteja em desenvolvimento, muitos trabalhos já estão adiantado e em breve ele será lançado, o que inviabilizaria esta grande mudança em sua infraestrutura de software. Inclusive, a edição do Fedora “remixada” para o Asahi (sistema voltado para o uso em estações MAC com CPUs ARM) já não possui nenhum pacote referente ao X11 e o desenvolvedor responsável por isto já estava prontinho para fazer o mesmo para o Fedora tradicional. Por fim, esta remoção também deverá ser bem documentada, possibilitando terceiros a retornar o suporte para as sessões do X11, com base nestas instruções.
Em suma: este é o Fedora, uma distribuição GNU/Linux que foi concebida com o objetivo de estar à frente das demais distros, em termos de inovações tecnológicas! Ela promove o que há de mais moderno e atual em softwares e tecnologias, ainda que esta abordagem possa trazer algumas consequências indesejadas como as falhas e as vulnerabilidades, em vista do uso de recursos que não foram testados de forma extensiva. Além do mais, o Fedora também possui uma grande importância para este incrível ecossistema que se formou em torno do Software Livre, por ser um sistema usado de referência para as demais distros.
Ainda assim, continuo preferindo o conservadorismo do Debian… &;-D