Infelizmente, a Intel teve alguns problemas relacionados ao uso de configurações “agressivas”, para a implementação do overclock automático em suas mais recentes linha de processadores Core “K” (mais precisamente, a 12a. e a 13a. geração). Se utilizarmos o TDP de 253 Watts para estabelecermos o limite para o uso do modo turbo, as unidades passam a apresentar diversos problemas de estabilidade, em placas-mães que utilizam o soquete LGA1700. Isto não só abalou a reputação da empresa, como também acabou colocando-a atrás da concorrência neste quesito…
“Since their release last fall, Intel’s 13th-gen Raptor Lake and 14th-gen unlocked K-series desktop CPUs have been making waves – but not always in a good way. While offering top performance, these chips have also been plagued by stability issues for many users due to overly aggressive power settings. Intel is now cracking down, demanding that board partners implement new, more restrained defaults by the end of May.”
— by TechSpot.
Por isto, a Intel exigiu que os seus parceiros (fabricantes de placas-mãe) e associados implementem as definições de configuração padrão da Intel (“Intel Default Settings”), nas atualizações de firmware oficiais. Inclusive, com prazo já estipulado: 31 de maio! O novo firmware irá definir teto máximo do TDP para o uso de suas unidades em overclock, estabelecendo o novo valor de “apenas” 188 Watts. Apesar deste anúncio não ter sido divulgado oficialmente pela empresa, as informações foram obtidas a partir de vazamentos de algunas fontes confiáveis.
Alguns fabricantes tradicionais como a Asus e a Gigabyte, já incorporaram as configurações de “linha de base” obrigatórias recomendadas pela Intel, sendo estas bem-sucedidas o suficiente para melhorar a estabilidade geral do sistema. Por isto, a empresa se vê encorajada a aplicar a mesma abordagem para os demais fabricantes de placas-mãe. Apesar da redução da performance (e o ego ferido dos overclockers), os padrões da Intel ainda manterão os principais recursos de melhoria de desempenho, como a proteção de excursão atual, o ICCMax Unlimited, o Turbo Velocity Boost e o Enhanced TVB.
Segundo outro vazamento obtido pelo Igor’s LAB sugeriu que os problemas de estabilidade decorriam da desativação das proteções para maior desempenho pelos fabricantes de placas-mãe, listando também configurações como proteção contra excursão de corrente e limites térmicos desabilitados em muitas placas da série 600/700, junto com aumentos excessivos de potência e limite de tensão além das especificações da Intel. Além disso, tais medidas também irão afetar alguns fornecedores, que vinham utilizando as configurações agressivas de overclock para promover os seus produtos em testes de performance.
Pessoalmente, não sou fã de overclocks. Embora muitos destes procedimentos possam ser feitos de forma segura e sem maiores complicações para a estabilidade do sistema, muitas vezes eles aceleram a degradação dos componentes eletrônicos que se situam em torno do processador, em vista das altas tensões aplicadas e do calor extra gerado. Por isto, faço justamente o contrário: após a aquisição (ou montagem) do equipamento, faço o uso do underclock nos primeiros anos, passando a usar a velocidade nominal tempos depois e só no fim da vida útil do sistema (a partir de 5 anos) é que considero (ou não) o uso do overclock.
Sem contar que raramente utilizo unidades com TDP acima de 65 Watts… &;-D