Linuxers de carteirinha: por quais motivos vocês usam este sistema?

No universo do Software Livre, existem linuxers (termo utilizado para designar os usuários que não só utilizam sistemas baseados em GNU/Linux, mas também são fãs e apaixonados pelo Tux) dos mais variados tipos! Por ser um dos usuários mais antigos no Brasil, tenho observado ao longo desses anos que o perfil varia de acordo com o tempo: os mais antigos geralmente são mais ligados ao “perfil Stallman” (defensores do Software Livre), ao passo que os mais novos se enquadram ao “perfil Torvalds” (amigável ao conceito do Código Aberto)…

“I started using Linux back in 1997. I had been using Windows 95 and found it to be, well, unreliable. Although I wound up tossing myself into the open-source deep end without a lifeboat, it didn’t take me long to realize I’d found my “forever OS.” But why? What makes Linux so special for me that I wouldn’t even consider making the switch to either MacOS or Windows as my primary OS? Even though I do use MacOS for certain tasks (such as video editing), there’s not been one instance when I considered making the permanent switch…”

— by ZDNet.

Por isto, me surpreendi com a publicação de Jack Wallen (escritor do portal ZDNet), ao relacionar principais motivos pelos quais, ele nunca trocaria o GNU/Linux pelo Windows ou macOS. Até então, esperava por uma argumentação mais ideológica, por se tratar de um usuário que usa o sistema há quase 30 anos e que em tese, se enquadraria mais no “perfil Stallman”. Mas não: as motivações pelas quais tornaram o GNU/Linux o sistema operacional que ele irá usar (e curtir) “para sempre”, são puramente práticas e nem sequer cita os benefícios da adoção do Software Livre, tal como os linuxers mais antigos (como eu) costumam fazer!

As razões citadas por ele se enquadram em 5 categorias: “faz sentido”, em vista da praticidade e da usabilidade do sistema, com ênfase no uso lógico das aplicações e recursos; “é fácil”, contrariando todas as expectativas em relação aos (pre)conceitos em relação ao GNU/Linux, se comparado aos demais sistemas; “me permite trabalhar do jeito que quero”, em referência a sua versatilidade para realizar diversas operações triviais do dia-a-dia, não ficando “preso” aos métodos tradicionais dos demais sistemas; “é flexível”, com ênfase na boa variedade de ambientes gráficos e a capacidade de customização, e; “é seguro”, graças as atualizações frequentes e os mecanismos de segurança integrados.

Sem contar as outras (diversas) motivações que poderiam ter sido citadas…

Wallen faz parte da “geração 97”, enquanto eu faço parte da “geração 99” e naqueles tempos, a utilização do GNU/Linux como um sistema para desktops era algo “terrível”: além das interfaces gráficas ainda estarem “engatinhando”, não haviam aplicações maduras disponíveis para sustentar o seu uso em produtividade. Somente alguns anos depois, as interfaces gráficas e as aplicações alcançaram um bom estágio de amadurecimento, possibilitando o seu uso nestes cenários. Eu mesmo só passei a utilizá-lo exclusivamente, a partir do momento em que as suítes Mozilla e OpenOffice.org se encontravam disponíveis. Bons tempos!

Tantas histórias, que vou fazer mais publicações sobre o assunto… &;-D