Para aqueles que querem bons serviços gratuitos, eis a dica: não…

… bloqueiem as propagandas! Apesar de serem indesejadas (especialmente quando os sites não as posicionam da maneira adequada), elas são fundamentais para que muitos serviços essenciais e que estamos acostumados a utilizar, possam continuar a serem oferecidos de forma gratuita, além de entregar uma boa qualidade geral. Dentre eles, estão os serviços oferecidos pelo Google, que apesar de adotar algumas políticas invasivas em relação a nossa privacidade, ainda assim promove a exibição das propagandas direcionadas de forma minimalista e sem maiores incômodos…

Mas infelizmente, muitos sites que pessoalmente gosto de visitar se tornaram terríveis para navegar, em vista do excesso de propagandas que eles exibem. Um belo exemplo deles é o Phoronix, um portal especializado em publicações voltadas para o kernel Linux, além de outros assuntos relacionados ao Software Livre. Apesar das propagandas serem posicionadas em pontos estratégicos para chamar a atenção dos visitantes, o espaço que elas ocupam na tela principal, sem contar ainda as exibições de vídeo que são reproduzidas de forma automática, sem qualquer intervenção. Sim, já mandei uma nota para o seu fundador (além de um screenshot ilustrativo), mas até hoje ele não me retornou.

Voltando ao assunto, este tópico me chamou a atenção nestes últimos dias, em vista da adoção do Manifest v3. Para aqueles que não conhecem, este é um conjunto de especificações que definem o que as extensões para os navegadores WEB poderão fazer (ou não), como o objetivo inicial de torná-la uma plataforma mais segura e privada, além de melhorar a performance geral dos navegadores. No momento atual, os principais navegadores WEB já estão adotando-a. No entanto, o Google (uma das instituições que faz parte do seu desenvolvimento) está mais “interessado” na forma com que os seus mecanismos de proteção trabalham.

Dentre as APIs definidas, estão a Web Request e a Declarative Net Request. A primeira API é utilizada para que as extensões possam solicitar a execução das ações de bloqueio para determinados conteúdos, sendo fundamentais para os bloqueadores de anúncios. Pelo fato dela ser descontinuada em prol da segunda API (que por sua vez é bem mais limitada no que concerne aos bloqueios), tais extensões herdarão as suas limitações e não poderão realizar as suas funções de forma eficiente. O Google é o principal proponente destas especificações, por “acreditar” que elas serão fundamentais para os navegadores WEB modernos e por isto, quer “enfiá-la goela abaixo” implementá-la o quanto antes no Chrome.

Apesar das “segundas intenções” do Google em proteger o seu mercado de anúncios, confesso me posiciono a favor da empresa em relação a este assunto. Pois sem os anúncios, fica difícil imaginar uma Internet entregando serviços de qualidade e de forma gratuita, além da possibilidade de aumentar os preços das subscrições para os serviços pagos. Se muitos acham ruim acessar os seus serviços preferidos com a exibição de anúncios (especialmente “a torto e a direito”, com todos os tipos de conteúdos), não espere para ver como estes serviços serão oferecidos sem a possibilidade das empresas bancarem os seus custos sem os anúncios!

Com a “volta dos anúncios”, acredito que teremos uma nova revolução na WEB. As organizações sérias e responsáveis irão definir as boas práticas para as exibições de anúncios, além de promover processos de filtragens mais restritivas em relação aos seus conteúdos. Embora elas não sejam responsáveis por aquilo que é veiculados pelos anunciantes, tais materiais “de qualidade duvidosa” e que “fogem das regras pré-estabelecidas”, poderão afastar os usuários dos sites. Por isto, acredito também que elas irão tomar as medidas cabíveis para tornar as experiências de navegação mais agradáveis, ao mesmo tempo em que promovam a exibição de anúncios válidos, de acordo com os interesses dos usuários.

Ou estou completamente enganado e isto se tornará uma bagunça tremenda… &;-D

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