Há muitos anos, me “envolvi” em uma acalorada discussão em um fórum sobre Linux & Software Livre, no qual não considerava o Debian uma distribuição universal, em vista do fato dela promover o GNOME ao invés de uma abordagem mais neutra, em relação aos principais ambientes gráficos disponíveis. Alguns usuários até concordaram com o meu ponto de vista, ao passo que outros questionavam o fato de que este poderoso ambiente gráfico era baseado em uma biblioteca gráfica proprietária (o Qt só passou a ser livre a partir de 2009). Além do mais, era usuário do Slackware e gostava bem mais do KDE do que o GNOME naqueles tempos…
“Fedora is a well-known Linux distribution that is recognized for its robustness and reliability, providing its users with a cutting-edge experience, but in a stable form and with effortless upgrades. It is available in many flagship Editions, such as Workstation, Server, CoreOS, etc., with many Spins offering different desktop environments (DE) options like Xfce, LxQt, Cinnamon, etc., and a line of Atomic Desktops. Since 2007, with the release of Fedora 7, GNOME has been the default desktop environment for Workstation. But, as things stand, the status quo is set to change with a new Edition joining Fedora Workstation.”
— by FOSS.
A partir de 2009, abandonei o Slackware/KDE e após utilizar algumas distros leves com suporte para o Xfce (na época, adquiri um Netbook ASUS EeePC e fique com ele até 2015), migrei para o Debian/GNOME em 2011 e desde então, ela se tornou a minha distro oficial. E em virtude das escolhas “equivocadas” em relação ao design e a usabilidade que os desenvolvedores do KDE fizeram a partir do KDE 4.0, passei a “aceitar” o Debian como sistema universal (mesmo apesar do Qt já ter se tornado uma biblioteca gráfica livre sob os termos da GNU GPL 3.0 e o KDE promover melhorias consideráveis para todo o ambiente gráfico e suas ferramentas).
No entanto, esta definição está para mudar em vista do Projeto Fedora passar a adotar o KDE como Edição Oficial, recebendo o mesmo tratamento que o GNOME! No início deste ano (2024), foi feita uma proposta de mudança para o Fedora KDE SIG (um grupo de contribuidores que mantém as compilações do KDE para o Fedora), com o objetivo de tornar o KDE Plasma a experiência de desktop padrão para o Fedora Workstation, além de “rebaixar” o GNOME para uma Spin à parte. No entanto, a proposta não foi adiante e por isto, um novo ticket foi aberto para requisitar a “promoção” do Fedora KDE Desktop, que deixará de ser Spin para se tornar uma Edição!
A partir do lançamento do Fedora 42, teremos duas edições oficiais da distro: uma voltada para o GNOME e outra feita para o KDE! Ambas as edições também irão receber o mesmo tratamento (sem privilégios para aquele definido como o ambiente gráfico padrão), além da edição KDE Plasma ter uma página dedicada no site do Fedora e receber a mesma atenç~ao em relação ao suporte de marketing em eventos. Por um lado esta mudança é encarada como algo positivo, já que muitos usuários nem sempre se interessam pela interface minimalista do GNOME. Por outro, teremos dois ambientes gráficos “competindo” entre si, o que poderá trazer alguns inconvenientes em relação a migração dos usuários mais leigos.
Será que agora, teremos uma distribuição universal “de facto”? &;-D