Quando comprei o meu primeiro (e único) netbook (um Asus EeePC 900HD), a primeira coisa que fiz foi substituir o seu HDD de 160 GB, por um modesto SSD de apenas 40 GB da Intel. Embora entregasse uma taxa de transferência mais lenta até mesmo para os padrões da época (apenas 35 MB/seg.), ainda assim ele oferecia uma performance muito superior em comparação ao HDD, por sua latência ser bem reduzida em vista das tecnologias empregadas (as memórias Flash NAND possuem taxas na casa dos nanossegundos, ao passo que os HDDs se situam na casa dos milissegundos). Sem contar ainda, a maior durabilidade, o menor consumo de energia e o baixo impacto causado na refrigeração do netbook…
Finalmente, havia me livrado dos hediondos HDDs! O principal motivo pelo qual não era fã destas unidades de armazenamento, estava no fato delas serem bem mais suscetíveis a falhas e problemas, dada a sua natureza eletro-mecânica. Na maioria das vezes que prestava suporte técnico para os PCs desktops, a principal reclamação por parte dos usuários estavam nos problemas relacionados aos HDDs e não raro, já presenciei “cenas trágicas” de perdas de dados, em vista das limitações dos tradicionais discos rígidos. E como já sabemos “de cor e salteado”, os usuários leigos não fazem o backup de dados.
Porém, nestes novos tempos em que os SSDs se tornaram a mídia padrão para o armazenamento de dados e estes últimos se tornaram volumosos o suficiente para exigir unidades de grande capacidade de armazenamento, confesso que sinto a falta dos HDDs! Mesmo com todas as suas limitações, eles oferecem algumas vantagens bem interessantes, como a capacidade de armazenamento mais em conta, além de serem capazes de lidar melhor com operações frequentes de escrita. Embora tenhamos SSDs de alta capacidade de armazenamento, eles tendem a ser bem mais caros que os equivalentes HDDs. Por fim, a proliferação de tecnologias para armazenar mais bits por célula (QLC e o PLC), reduzem bastante a vida útil dos SSDs.
Então, deveríamos retornar aos HDDs como unidades de armazenamento padrão?
Não exatamente. Se por um lado, as suas limitações tecnológicas já não permitem o uso destas unidades de armazenamento nos computadores modernos, por outro elas ainda continuam podem ser utilizadas para tarefas que tiram o máximo proveito de sua principal qualidade: a capacidade de armazenamento! Por isto, proponho a adoção de uma configuração na qual poderemos dispor de ambos os sistemas de armazenamento: os SSDs serão adotados para armazenar os dados dos sistemas operacionais, aplicações e serviços, ao passo que os HDDs deverão ser usados para armazenar os dados dos usuários e outras informações adicionais.
Em geral, consumo pouco espaço de armazenamento dos SSDs instalados na minha estação de trabalho. Para se ter uma idéia, o Windows 11 utiliza um SSD SATA de 128 GB, ao passo que o Debian utiliza um SSD mSATA de 64 GB. Mas de uns tempos para cá, a necessidade de lecionar em cursos onlines e o uso mais frequente de softwares para a virtualização, me obriga a manter uma pequena coleção de imagens ISO e VMs, as quais consomem um bom espaço de armazenamento. Por ora, vou mantendo-as em pendrives, mas além destas soluções não serem muito práticas, de vez em quando sou obrigado a apagar algumas imagens para liberar espaço.
Nem é preciso dizer que o próximo PC desktop que irei adquirir, deverá contar com a possibilidade de utilizar duas unidades de armazenamento distintas, sendo elas um slot NVMe para abrigar o SSD, além de uma unidade tradicional de 2.5″ (ou até mesmo 3.5″) para acomodar o HDD. Se não for possível (já que sou fã de PCs ultra-compactos), muito provavelmente esta unidade de armazenamento extra será externa, a qual será conectada ao equipamento através de uma porta USB 3.X. Ou ainda, posso até mesmo levar em consideração a aquisição de um NAS mais modesto e aproveitar a oportunidade para tirar proveito dos seus recursos!
Ou quem sabe, montar a minha própria “solução caseira”… &;-D