Que a Inteligência Artificial está trazendo uma série de benefícios para os usuários, em relação a automatização de diversas tarefas e serviços, além de gerar uma incrível diversidade de conteúdos, isto todos já sabem (sem contar as impressões que estas criações causam)! No entanto, o que mais me deixa impressionado é o fato de saber que, um dos mercados que mais poderiam se beneficiar das tecnologias baseadas em IA, não está tirando proveito delas: os de jogos eletrônicos! E a coluna de hoje será dedicada especialmente sobre o assunto…
De cara, já podemos imaginar como serão os confrontos com os adversários dos jogos, os quais geralmente são controlados pela engine do jogo e que certamente irão estabelecer novas estratégias em tempo real, para derrotar os protagonistas humanos. Embora a inteligência artificial dos jogos tenha evoluído bastante ao longo dos anos, elas ainda se baseiam em algoritmos primitivos que estabelecem as reações dos adversários, com base nas ações dos protagonistas. Mas agora, utilizando as poderosas NPUs dedicadas e o aprendizado baseado em modelos específicos (LLMs), com certeza eles se tornarão mais imprevisíveis do que nunca!
A seguir, a produção dos jogos (especialmente os da categoria AAA) poderá ser feita de forma bem mais em conta, já que não será mais necessário contratar os profissionais que são designados para gerar conteúdos (ou ao menos, reduzir o seu número). No caso dos dubladores, a IA poderá substituí-los sem maiores dificuldades, já que elas são capazes de gerar vozes com base na descrição dos scripts e traduzi-los em tempo real! Porém, muitas melhorias ainda deverão ser feitas, já que as vozes criadas por IA tendem a ser desprovida de emoções…
Já em relação as missões (quests), estas não precisarão ser mais escritas por roteiristas, ao menos as secundárias: a IA não só poderá gerar tais conteúdos, como também criar as próprias missões e suas respectivas atividades em tempo real, o que beneficiaria bastante os tradicionais jogos de RPG de mundo aberto e suas “toneladas de conteúdos”! Por fim, estas missões poderão ser adaptadas até mesmo de acordo com o perfil do protagonista e o contexto de sua história, gerando opções de diálogos exclusivas durante a interação com os NPCs. E nem é preciso dizer que também poderemos conversar com eles… literalmente!
Por fim, a geração procedural dos mapa baseadas poderá se tornar mais completa, sofisticadas e menos repetitiva, ao invés de empregar os algoritmos atuais que se limitam definir os blocos de construção e criar as locações, instalações e ambientes, de forma aleatória, gerando muitas vezes combinações “incomuns”. Não raro, elas também poderão se basear em informações reais (coordenadas de GPS e mapeamento 3D) e recriá-las com a máxima fidelidade possível! Inclusive, tais mapas poderão ser construídos em tempo real e armazenados de forma provisória, para serem descartadas posteriormente e assim, economizar espaço em disco.
Estas, são algumas possibilidades que acredito veremos se concretizar em um futuro não muito distante, para os jogos eletrônicos. Os novos títulos (que ainda serão lançados) certamente se tornarão produções bem mais interessantes, tanto sob o ponto de vista técnico quanto em termos de entretenimento e até lá, nós (especialistas e entusiastas) seremos privilegiados por poder testemunhar a sua evolução ao longo dos anos! No entanto, tenho visto poucas inovações por parte de estúdios de jogos e desenvolvedores, sobre o assunto em questão.
Ou então, devo estar “viajando na maionese”, “pirando na batatinha”… &;-D