As 5 grandes empresas de Informática & Tecnologia que mais admiro!

Visão geral

Como especialista em TI, obviamente tenho uma certa empatia e inclinações quanto a determinadas empresas, em vista da qualidade e aceitação de seus produtos e serviços. No entanto, confesso que não consigo mesmo, é entender certas paixões obsessivas que muitos usuários têm por elas! Os fã-boys (termos pejorativo dado para esta classe de pessoas) em geral, só conseguem ver aspectos positivos (que na maioria das vezes são super-estimados) em relação a uma determinada empresa e seus produtos e/ou serviços, além de não assimilarem bem as críticas feitas…

Para variar, eles também tendem a se posicionar de forma agressiva,, em relação aos demais que “defendem” outras empresas e marcas que muitas vezes, nem sequer se posicionam de forma concorrente com as suas paixões! No entanto, também confesso que existem empresas que possuo uma grande admiração, a ponto de apontar os seus produtos e serviços como referências em termos de qualidade.

Eis, a proposta do artigo deste mês: farei um breve resumo sobre as 5 empresas que mais admiro no setor de Informática & Tecnologia! Porém, por se tratar de uma matéria com ênfase em minha visão pessoal sobre o assunto, peço aos leitores que sejam compreensivos em relação aos meus gostos e inclinações. Em suma: são apenas opiniões pessoais!

As 5 empresas…

Abaixo, as 5 grandes empresas de tecnologia que mais admiro…

5: Nokia

A Nokia foi uma das empresas que teve um papel fundamental no crescimento e implantação das tecnologias de telecomunicações, com destaque para as redes móveis. Quando os celulares começaram a se popularizarem no início deste milênio, ela também se tornou uma marca muito admirada por oferecer dispositivos icônicos nesta época, como os modelos 3310 e 7110. Anos depois, ela passou a oferecer smartphones que também tiveram bastante destaque no cenário mundial, como para a série N e suas maravilhosas câmeras! Eu mesmo já fui dono dos modelos N95 e 808, além de ter me arrependido amargamente por não ter comprado o N8!

A Nokia é uma grande empresa multinacional, com o foco em tecnologias de infraestrutura de redes, telecomunicações e consumo em geral. No entanto, a empresa já atuou em diferentes segmentos de mercado! Fundada em 1865 (isso mesmo!), ela começou como um fabricante de papéis, migrando posteriormente para a indústria energética. Já na 1a. metade do século 20, passou a fabricar telefones e cabos elétricos, além de outros produtos como pneus, galochas e respiradores, com base na borracha como matéria-prima (herança dos tempos em que era uma indústria florestal). Somente a partir da 2a. metade deste século é que ela se consolidou como uma empresa de telecomunicações, assumindo o nome Nokia Corporation.

Mas de uns 10 anos para cá, a sua linha de smartphones começou a perder mercado de forma abrupta. Mesmo oferecendo excelentes aparelhos, o mesmo não pode ser dito em relação ao seu sistema operacional: o Symbian OS. Com o crescimento do Android e do iOS, a empresa teve dificuldades técnicas de implementar novos recursos e funcionalidades para este sistema, resultando na criação de outro totalmente escrito do zero: o Meego. No entanto, a Microsoft surgiu com uma proposta “irrecusável” para adotar o Windows Phone no lugar destes sistemas, a qual foi aceita pelo CEO Stephon Elop. O mercado não aceitou bem as mudanças propostas, as ações da empresa caíram vertiginosamente e ela quase foi à falência, sendo obrigada a vender a divisão de dispositivos e serviços para a própria Microsoft, para que pudesse sobreviver.

4: Dell

Se existem equipamentos que me “enchem os olhos”, estes são aqueles fabricados pela Dell! Lembro-me como se fosse ontem, a primeira vez que utilizei um PC desktop Optiplex em uma antiga firma que trabalhava. A qualidade de construção do gabinete e periféricos era espetacular, o seu sistema de refrigeração funcionava de forma impecável e o sistema operacional + aplicações rodavam de forma bastante estável e eficiente (mesmo sendo o Windows Vista)! Por fim, estes equipamentos praticamente não davam defeitos, o que liberava a equipe de suporte técnico para outras tarefas mais importantes. Pode-se dizer que a Dell foi um fabricante que me fez se dedicar ainda mais na minha carreira profissional!

A Dell foi fundada em 1984 por Michael Dell, que na época era um universitário. Com um investimento de apenas mil dólares (e pode-se dizer que foi o dinheiro mais bem gasto do mundo), ele passou a realizar a montagem de PCs desktops para a venda, conseguindo assim um preço bem mais competitivo no mercado local. No ano seguinte, ela criou o seu primeiro computador dotado de um design próprio: o Turbo PC, baseado nas CPUs Intel x86 8088 e com velocidade de 8 MHz. Tempos depois, Michael Dell abandonou a faculdade e passou a se dedicar de forma integral a sua empresa recém-criada, obtendo bons faturamentos já nos seus primeiros anos de funcionamento.

A Dell é atualmente o terceiro maior fabricante de computadores no mundo, atrás somente de outros grandes nomes como a HP e a Lenovo (antiga divisão de computadores pessoais da IBM). No entanto, é considerada por muitos o melhor fabricante fabricante de computadores, em termos de qualidade, durabilidade e bom custo vs benefício (apesar de serem relativamente caros)! As suas máquinas possuem uma construção sólida, o seu design é bonito e sóbrio e uma vez postas em funcionamento, elas podem trabalhar por anos a fim sem maiores problemas, bastando apenas realizar intervenções básicas periódicas, como a limpeza interna do gabinete e a troca de pasta térmica. Por fim, ela também oferece um bom leque de serviços, relacionados a assistência técnica, manutenção e suporte.

3: ARM Holdings

Apesar de ser um usuário de PCs desktops baseados na arquitetura x86 e admirar os trabalhos desenvolvidos pela Intel e AMD neste segmento, confesso que a minha grande admiração vai para as arquiteturas de processadores baseadas no set de instruções ARM e por tabela, para a empresa a qual detém a sua propriedade intelectual: a ARM Holdings! Fundada no início dos anos 90, esta empresa não fabrica SoCs, nem CPUs ou GPUs: ela apenas desenvolve os projetos baseados neste set de instruções e licencia suas tecnologias para terceiros, para que estes possam desenvolver projetos customizados e fabricá-los por conta própria.

Graças a sua modalidade de negócios, a ARM é praticamente onipresente nos mercados de dispositivos móveis, IoT (Internet of Things) e wearables (dispositivos vestíveis), além de estar marcando presença cada vez mais em outras áreas, como a computação de alto desempenho, servidores dedicados e IA (Inteligência Artificial). Em virtude de sua natureza aberta e por ser um participante “neutra” no mercado de semicondutores (no que diz respeito a concorrência), a ARM Holdings desfruta de uma posição bem confortável! Porém, a possível aquisição por parte da nVidia (ainda sob investigação, por parte de órgãos regulamentadores governamentais) poderá comprometer a forma como ela promove os seus negócios, embora esta última tenha se comprometido a mantê-los “do jeito que está”.

Se por um lado poderemos “perder” um grande ícone da computação moderna, por outro isto poderá criar um cenário perfeito para a adoção e o crescimento de uma nova arquitetura, baseada no novo set de instruções RISC-V. Desenvolvida na Universidade da Califórnia (Berkeley), ela tem como principal característica, ser baseada em padrões abertos com base nas premissas do Software Livre e por isto, o seu uso é aberto e livre de licenças e royalities. A RISC-V International é uma organização sem fins lucrativos, que nasceu para promover o desenvolvimento deste set de instruções e suas tecnologias, sendo composta por várias empresas e instituições interessadas neste segmento de mercado.

2: Cisco System

Confesso que esta foi uma “disputa forte” com a primeira colocada! Ao ser admitido pelo SENAC Rio como instrutor, o coordenador na época me deixou bem claro que para garantir a continuidade na instituição estaria atrelada ao meu (bom) conhecimento em redes de computadores, um requisito fundamental para lecionar nos cursos técnicos de Informática que ela oferecia. Após ele me apresentar as bases para a obtenção da certificação CCNA, me encantei com este novo mundo chamado infraestrutura de redes e por ser o maior fabricante neste segmento, a Cisco conquistou a minha admiração!

A Cisco é uma empresa multinacional que atua no mercado de infraestrutura de redes, promovendo uma série de negócios que vão desde a venda de hardware dedicado, passando pela oferta de vários serviços de redes e por fim, se posicionando cada vez mais como uma empresa de software, nestes novos tempos de SDN (Software Defined Networking). Por ser uma pioneira do ramo, ela também foi a responsável pelo desenvolvimento de vários padrões & protocolos, que apesar de serem proprietários, inspiraram o desenvolvimento de equivalentes abertos e livres, pelas instituições responsáveis pelo desenvolvimento das redes e Internet, como a conhecemos.

A empresa também mantém a Cisco Networking Academy (Netacad), uma poderosa plataforma de ensino voltada para a especialização de profissionais qualificados em TI, além de fornecer as bases necessárias para a obtenção de um leque de certificações respeitadas pelo mundo inteiro! Se um estudante quiser ingressar no mundo das redes de computadores e se tornar um profissional especializado, reconhecido e desejado no ramo, a obtenção da certificação CCNA será um grande passo para os seus objetivos. Como instrutor oficial da plataforma, este é um dos cursos que mais gosto de lecionar!

1: Red Hat

Embora não seja usuário do Fedora ou até mesmo do Red Hat Enterprise Linux (que requer o pagamento de uma subscrição), a Red Hat tem um lugar especial no meu coração, por ser a minha primeira escolha definitiva de distribuição lá no início dos anos 2000 e pelas grandes contribuições que ela fez para o Software Livre! Fui usuário das edições 7.2 e 7.3, mas antes de experimentar a edição 8.0, ela perdeu o posto para o Slackware 8.1, que na época era considerada uma distribuição voltada para usuários avançados e dada as suas particularidades, muito boa para o aprendizado do sistema.

Fundada em 1993, a Red Hat promove todos os seus negócios com ênfase em subscrição de serviços, os quais funcionam em torno da sua distribuição RHEL (Red Hat Enterprise Linux). Ela também patrocina o Fedora Linux, o qual é utilizada para a implementação de novas tecnologias e serviços, além de ser utilizada como base para as futuras edições do próprio RHEL (e ambas nasceram a partir do antigo Red Hat Linux, o qual foi descontinuado). Por fim, a Red Hat também provê contribuições para uma série de projetos de código aberto, além de ser uma das principais contribuidoras para o kernel Linux (perdendo apenas para a Intel neste quesito).

No final de 2018, ela foi adquirida pela IBM. Mas ao invés de gerar apreensões quanto ao destino da empresa, a notícia foi relativamente bem recebida pela comunidade, já que ambas as empresas são parcerias em prol do Software Livre há bastantes anos (a IBM foi a primeira a utilizar Linux em seus servidores com base na Red Hat, seguida do SuSE e do Ubuntu). Por isto, certamente teremos um ecossistema mais fortalecido, já que a “Big Blue” é outro gigante da indústria e claro, irá promover o crescimento da Red Hat.

Conclusão

Obviamente, esta lista não será eterna e com o passar do tempo, ela poderá sofrer pequenas alterações. Por exemplo, em um passado não muito distante, a 3dfx certamente estaria nesta lista em vista do pioneirismo na computação gráfica. Já outras que não foram inclusas também pode fazer parte dela, como a Valve em vista das suas grandes contribuições para o Software Livre. Por fim, algumas possuem uma posição até mesmo “delicada” neste cenário, como a Cisco: basta uma “mudança de ares” em termos profissionais, para que ela possa perder a sua posição de destaque!

Assim como também existem empresas que não admiro… &;-D

Referências