Na última coluna que publiquei no final do ano passado (2023), havia observado um leve (mas importante) crescimento dos sistemas operacionais baseados em GNU/Linux nos desktops, ultrapassando a barreira dos 3%. O que até então havia me surpreendido na análise que fiz, foi o fato deste crescimento ter ocorrido de forma consistente, mantendo o percentual já citado ao longo dos meses (com algumas oscilações durante o período). Ainda assim, tinha a convicção de que continuaríamos por um bom tempo nesta faixa…
Mas ao conferir o Statcounter novamente, eis uma bela surpresa: as distribuições GNU/Linux alcançaram a marca de 4%, neste último mês de fevereiro (2024)! Sim, ainda em dezembro do ano passado (2023), o seu percentual havia dado um pequeno salto para chegar a valores próximo deste novo percentual (o que sugere a possibilidade de alcançar este novo patamar) e ainda assim, eu continuava incrédulo em relação ao seu crescimento. Mas os números estão aí e, mesmo com estas pequenas oscilações, eles comprovam a popularização das tradicionais distros GNU/Linux (pois também existem outros sistemas baseados em GNU/Linux).
Um dos aspectos mais interessantes deste portal, está no fato de também registrar as estatísticas com base em regiões geográficas e neste contexto, a Índia se destaca por ser o principal país a ter mais usuários. Durante o mesmo período em que foi constatado o salto para a marca dos 3%, a adoção do Tux neste país também deu um salto considerável de 9,24% (mai/23) para 13,8% (jun/23) e assim se manteve até novembro (2023), quando chegou a marca dos 15%. Já em relação as estatísticas mundiais, no mês seguinte o Tux havia saltado de 3,22% (nov/23) para 3,83% (dez), até chegar a incrível marca de 4,03% (fev/24).
Obviamente, o crescimento do Tux na Índia (e na Ásia) afeta diretamente as estatísticas, em vista do grande percentual de usuários e o fato de ser um dos países mais populosos do planeta. No entanto, fazendo uma conferência nos demais países e continentes (exceto a Ásia, em vista da Índia pertencer a este continente), praticamente todos eles apresentaram um crescimento durante o mesmo período. A excessão fica por conta da África (que registrou uma pequena queda e se recuperou logo depois). Mas no geral, todos os demais lugares (à excessão da Índia e da Ásia) ainda registram percentuais em torno de +/- 3%.
Eis, a questão: o que impulsionou o crescimento do Tux? Podemos ver nítidamente que nos meses de junho e novembro (2023), a adoção das distros GNU/Linux deu saltos consideráveis na maioria das regiões observadas. Porém, vale lembrar que o Statcounter baseia as suas estatísticas em pageviews (acessos a sites WEB) por amostragens, baseando as suas métricas em visitantes únicos e o primeiro (e provavelmente o único) navegador WEB utilizado. A partir daí, o portal também consegue obter as informações relacionadas ao sistema operacional em uso, bem como o tipo de dispositivo. Se estas informações são precisas o suficiente…
Quanto as minhas expectativas (já renovadas em vista destes excelentes números), torço para que as tradicionais distribuições GNU/Linux rompam a barreira dos 10% nos desktops e assim, conquiste o seu espaço neste mercado (e de preferência, roubando preciosas fatias do Windows). Sei que para muitos, este percentual parece ser algo insignificante, mas lembrem-se que em geral, os linuxers são uma classe de usuários (muito) acima da média, ao passo que a grande maioria das pessoas que utilizam o Windows (assim como muitos que utilizam o macOS) são usuários leigos e que tratam um computador como um simples eletrodoméstico.
E assim que alcançar os 5%, voltaremos a falar sobre o assunto… &;-D