Na história dos processadores x86, tanto a Intel e a AMD trouxeram marcos importantes para serem celebrados pelos fãs e aficcionados, da computação pessoal! A AMD foi a primeira a ultrapassar o limite dos 1 GHz, com o lançamento das CPUs Athlon. Já a Intel “deu o troco” logo a seguir, ao lançar a linha de CPUs Pentium 4 e ultrapassar o limite dos 2 GHz. Mas para chegar a este número, a Intel desenvolveu uma arquitetura que utilizava muitos estágios de pipeline, que apesar de aumentar a velocidade de clock, na prática não tornavam estas unidades eficientes e por isto, não melhoravam a sua performance geral…
Infelizmente, a Intel continuou insistindo nesta terrível “idéia de Jerico” (de lançar as CPUs mais rápidas do mercado com base na velocidade de clock), para valer-se de todo o marketing proporcionado por ela. Para isto, ela fez várias revisões da arquitetura do Pentium 4 original (Northwood, Presscott e Cedar Mill), adicionando mais estágios de pipeline (chegando a incríveis 31) para trazer novas CPUs com maiores clocks. Não demorou muito e ela acabou esbarrando no “limite dos 3.0 GHz”: a partir deste ponto, o consumo de energia e o aumento do calor aumentavam de forma considerável para cada MHz adicionado!
A Intel chegou a até disponibizar uma CPU com 3.8 GHz que por sua vez, alcançava +125 Watts de TDP e necessivam de sistemas de refrigeração bem mais sofisticados (lembro-me que nesta época, os pesados coolers feitos de cobre puro e as pastas térmicas feitas com prata em sua composição, venderam bastante). Enquanto isso, a AMD lançava as suas linhas de CPUs Athlons (XP e 64), que por sua vez conquistaram o público pela excelente performance, baixo consumo de energia e valores acessíveis, ao mesmo tempo em que rivalizavam com as CPUs Pentium 4. Para muitos especialistas, esta foi a pior linha de processadores já lançada!
Por fim, a Intel desistiu da idéia de alcançar CPUs com maiores velocidades de clock, para se concentrar no lançamento de novas arquiteturas que além de entregar boa performance, também fossem econômicas. Com base na arquitetura do Pentium M (outra linha de processadores derivada do Pentium III e designada para o uso em portáteis), a Intel lançou as CPUs Core Duo/Solo e Core 2 Duo/Quad, as quais se destacavam pelo alta performance na execução de instruções por ciclo de clock (IPC). A primeira CPU Intel Core Duo lançada rodava a “apenas” 1.6 GHz e tempos depois, as novas unidades ultrapassaram a barreira dos 3.0 GHz!
Desde então, a maioria das CPUs eram lançadas com velocidades de clock limitadas a até 3.0 GHz. Obviamente, com a evolução das tecnologias relacionadas aos processos de litografia mais refinados, este limite foi sendo vencido aos poucos e as CPUs mais modernas começaram a aparecer não só com velocidades de clock mais altas, como também com TDPs mais baixos. Com a adoção de tecnologias como o Turbo Boost (Intel) e Turbo Core (AMD), novos capítulos desta saga foram escritos e as CPUs passaram a ter duas velocidades de clock: a base (geralmente em torno dos 3.0 GHz) e a turbo (chegando até mesmo na faixa dos 5.0 GHz).
Mas com o lançamento das novas gerações de CPUs Intel Core e AMD Ryzen, as velocidades acima de 5.0 GHz em modo turbo já começam a serem alcançadas, além do estabelecimento velocidades acima de 3.0 GHz em modo base se tornarem o padrão de fato. Para muitos especialistas, seria apenas uma questão de tempo para que as novas gerações de processadores superassem estes limites e pelo visto, elas chegaram! Então, significa que teremos mais CPUs (mesmo de entrada) oferecendo incríveis velocidades de clock, muitas das quais terão 5.0 GHz como velocidade em modo base? Por incrível que pareça, acredito que não.
Pois caso não se lembrem, a Lei de Moore já está com os dias contados… &;-D