A experiência profissional deveria ser um fator determinante para…

… a sua contratação de um especialista em TI? Ou ainda, até onde a experiência poderá ser um fator positivo (ou mesmo negativo) para os profissionais em geral? Já tive a oportunidade de ver diversas situações em que a experiência pode ser tanto positiva, quanto negativa! Por exemplo, na época em que atuava na área de Metalurgia, conheci muitos profissionais (“peãos”) que dada a pouca instrução, eram limitados tecnicamente a ponto de serem aptos a executar apenas serviços simples e sem maiores complexidades técnicas…

Embora eles se tornassem mais rápidos e eficientes com o passar do tempo, na prática eles também ofereciam maior resistência para as novas mudanças, o que impossibilitava a sua evolução profissional. Por fim, se houvessem mudanças drásticas em suas tarefas, bem como deveres e responsabilidades, a sua limitada capacidade de adaptação era tal, que praticamente o impossibilitava de realizar as suas atividades com a mesma eficiência de antes. Por outro lado, também conheci estagiários que ingressaram no mercado “crus” e que após alguns anos de experiência, se tornaram profissionais extremamente qualificados!

Obviamente que no contexto da TI, as coisas são um pouco diferente. Por ser uma área mais técnica (e que requer maior qualificação profissional), com ênfase em raciocínio lógico e que se reformula constantemente (obrigando o profissional a estudar “sempre”), em tese eles deveriam ser mais inteligentes, flexíveis e versáteis, adaptando-se a novas metodologias e processos. Mas na prática, o que vejo é algo bem diferente: profissionais “experientes” que mostram dificuldades técnicas para adotar novas filosofias de trabalho, além de criar as mesmas resistências para o aprendizado de coisas novas e interessantes!

Querem exemplos práticos? na minha área de atuação, posso citar as Redes Definidas por Software (SDN) e as Virtualização das Funções de Redes (NFV), duas grandes e revolucionárias abordagens que juntas, irão transformar aquilo que conhecemos sobre a administração de infraestrutura de redes. Como especialista em TI, confesso que fiquei apaixonado pelos conceitos apresentados por estas abordagens e desde então, venho dedicando meus esforços para entender as suas bases conceituais, além de aprender e dominar as tecnologias e processos envolvidos. No entanto, não posso dizer isto em relação alguns colegas de profissão…

Em alguns bate-papos, no qual procuro estabelecer uma troca de idéias sobre as novidades do mercado, falar de SDN e NFV parece ser “coisa de outro mundo”! Na maioria das vezes, tais colegas mal compreendem os conceitos básicos das abordagens discutidas (se limitando a “já ouvi falar”) e não raro, se sentem desconfortáveis e logo mudam de assunto, se dedicando a outros tópicos relacionados a TI que possuem domínio. Em se tratando de abraçar técnicas de programação e aprender novas linguagens (como Python), o cenário é pior ainda: muitos criam uma bela resistência, declarando que programar “não é a minha praia”

Na minha opinião, a experiência deveria ser um fator fundamental para guiar todo o processo de transformação de um profissional de TI, tornando-o proativo e maleável, ao mesmo tempo quem as etapas deste processo ocorrem de maneira gradual e sem maiores percalços. E esta não é a primeira vez que isto acontece: já vi situações parecidas, quando a adoção do Software Livre e dos sistemas GNU/Linux, assim como foi recentemente com as abordagens de Computação em Nuvens e seus recursos sendo oferecidos como serviços. Se é para ficar “preso no passado” e “morrer abraçado a idéias obsoletas”, então para que serve toda esta experiência?

Senão, vai ficar mais difícil (ainda) arrumar emprego depois dos 40… &;-D