A nova era dos sistemas Linux em desktops: será que ela vai chegar?

Todos os anos, os linuxers e aficcionados pelo Software Livre escutam a mesma piada (sem graça): “o Linux reinará nos desktops (ano que vem)”! Outros, promovem a zoeira de uma maneira levemente diferente, afirmando que “o ano do Linux nos desktops será o ATUAL+1”! Para a grande maioria dos especialistas, há um consenso de que isto nunca irá acontecer, em vista de diversos fatores: fragmentação do sistema (inúmeras distribuições disponíveis para escolher), necessidade de conhecimentos técnicos, falta de aplicações comerciais…

No entanto, uma série de transformações já estão acontecendo no mercado, as quais favorecem muito a popularização deste sistema operacional, em um futuro não muito distante! Uma delas foi a adoção massiva do conceito de loja virtual, que apesar de ter sido originalmente introduzida pela Apple após o lançamento do iPhone (App Store), além de ser popularizada pelo Google através do seu sistema operacional (Android), na prática ela lembra bastante os tradicionais repositórios de softwares, os quais há anos já existiam para as distribuições GNU/Linux.

A grande jogada foi a criação de uma aplicação gráfica bela, centralizada e amigável, a qual possibilita uma melhor interação por parte dos usuários, além de promover toda uma gama de negócios em volta dela (venda de aplicações e subscrição de serviços). Algumas distribuições GNU/Linux (como o Ubuntu) até promoveram algumas iniciativas deste tipo, mas não tiveram tanto êxito tanto pelo fato de que (ainda) não havia uma forte base de usuários (que sempre esteve abaixo de 2%), como pelas dificuldades de sincronizar as instalações (e atualizações) com as ferramentas de gerenciamento de pacotes nativas do sistema.

Outra mudança de grande importância está na atual tendência dos softwares serem executados “na nuvem” (com destaque para os jogos, outro grande calcanhar do Linux), dispensando a sua instalação no sistema e favorecendo o estabelecimento de subscrições ao invés da venda de licenças (as quais até então, sofriam muito com a prática da pirataria). Nesta modalidade, o sistema em uso (seja Windows, Linux, Mac OS ou qualquer outro) já não faz mais a diferença e na grande maioria dos casos, basta apenas um navegador WEB moderno e com suporte para as principais tecnologias do mercado! E isto, as distribuições GNU/Linux possuem de sobra!

E se não bastassem todas estas mudanças, o lançamento do Windows 11 também colabora de forma indireta na pavimentação do caminho para a popularização das distribuições GNU/Linux, através da sua total reformulação da interface gráfica. Com a tendência de unificar as experiências entre os desktops (PCs e notebooks) e os dispositivos móveis (smartphones e tablets), ele vem adotando elementos de interação que simplificam a sua utilização, além de já serem consagrados de forma universal. Os ambientes gráficos GNOME e KDE há tempos também estão nesta vibe e diferente de outros tempos (em que customizações eram feitas para deixá-lo com “a cara” do Windows), aos poucos vão se tornando mais parecidos entre si!

Em suma: num futuro não muito distante, acredito que o sistema operacional em uso não fará muita diferença prática e quando estes tempos chegar, não ficarei surpreso em saber que muitas empresas e organizações migrarão para o Linux em seus desktops, já que há tempos as principais aplicações e serviços administrativos rodam diretamente na WEB! Também não ficarei impressionado se o Chrome OS (sistema operacional do Google) também abocanhar uma maior fatia do mercado, já que os Chromebooks (portáteis baseados neste sistema) têm se mostrado bastante úteis e práticos tanto para os seus usuários, quanto para os profissionais no mercado.

Inclusive, se a própria Microsoft for a primeira a dar este passo… &;-D