… de sistemas operacionais GNU/Linux em desktops! Na última vez em que abordei o assunto, havia notado um crescimento leve e constante do número de usuários, que adotaram os sistemas GNU/Linux em suas estações de trabalho (desktops). Na época, estes sistemas alcançaram a marca dos 4% em um curto período de tempo, após superarem a barreira dos 3% (para a qual, o sistema levou anos). Até então, acreditava que em um futuro não muito distante, iríamos superar a casa dos 5% e até mesmo havia me comprometido a abordar o assunto novamente. Mas…
Por incrível que pareça, a marca se manteve estável no mês de março (4,05%) e posteriormente ficou um pouco abaixo nos meses de abril e maio (3,88% e 3,77%), voltando a superar a marca dos 4% a partir de junho (4,05%). Nos meses seguintes (julho, agosto e setembro), presenciamos saltos consideráveis e uma inesperada média de 4,5% durante todo o terceiro trimestre (4,44%, 4,55% e 4,48%)! No entanto, a adoção voltou a cair para os meses seguintes (outubro e novembro), registrando novas marcas próximas aos 4% (4,3% e 4,04%). Por fim, no último mês do ano (dezembro) ela teve um leve aumento, chegando a “modestos” 4,13%.
No Brasil, este cenário não teve muitas mudanças, ao contrário das minhas expectativas. Durante o ano inteiro, a marca ficou situada em 3%, também tendo um leve aumento durante todo o terceiro trimestre. Mas, por se tratar de um país em (eterno) desenvolvimento e com uma forte dependência tecnológica aos produtos & serviços de empresas estrangeiras (algumas das quais, envolvidas nas recentes guerras estabelecidas em torno da independência tecnológica, como é o caso dos Estados Unidos, da China e da Rússia), acredito que os órgãos governamentais deveriam promover políticas para a adoção de tecnologias abertas e livres, como é o caso do Software Livre e o Linux, tal como vem ocorrendo na Europa.
Se antes, os objetivos estavam focados na redução de custos e na liberdade de uso para os mais diversos propósitos (pois esta, é a essência do Software Livre e os sistemas GNU/Linux fazem parte deste ecossistema), atualmente o principal motivo pelo qual a adoção do Linux e do Software Livre se tornou uma tendência de fato: a “libertação tecnológica”. Há tempos, muitos países (especialmente os que estão em desenvolvimento) depentem de tecnologias providos por empresas estrangeiras e que por sua vez, são submetidas aos “mandos e desmandos” dos seus países de origem. E a falta de transparência delas em relação a privacidade de dados, tem resultado inúmeros casos de ações governamentais.
Então, deveríamos promover mais o Linux e o Software Livre? Como entusiasta do Tux, sou “um pouco suspeito” para comentar! Como instrutor e especialista em Tecnologia da Informação, nem é preciso dizer quais seriam os benefícios que os estudantes teriam, ao dispor do conhecimento e das habilidades técnicas necessárias, para trabalhar com esta classe de sistemas operacionais. Mas como cidadão brasileiro, este trabalho de promoção já deveria ter sido feito há tempos, em virtude do cenário político mundial em que nos encontramos atualmente e das possibilidades de entrarmos em possíveis conflitos cibernéticos.
2025 será o ano em que os sistemas GNU/Linux alcançarão a incrível marca de 5%? Provavelmente, não. Mas como já havia dito anteriormente, torço para que ele se torne mais onipresente entre os profissionais de TI e no que eu puder colaborar para isto (seja divulgando ou lecionando sobre o sistema), estou à disposição! Na minha opinião, a marca perfeita para que ele possa se deslanchar (em termos de popularidade) é 10%, pois embora ainda pareça pequena à primeira vista, na prática estaremos com uma generosa fatia de usuários avançados, os quais tendem a fazer “as coisas acontecerem” no cenário mundial da Tecnologia da Informação.
Ao menos, estou feliz em assistir o Windows “descer a ladeira”… &;-D