Então, teremos um novo player no segmento dos jogos eletrônicos…

… para rivalizar com principais nomes do mercado? Pois este, é o objetivo da Valve, ao lançar ao mesmo tempo um novo console de videogame e um headset de realidade virtual, além da reedição do seu controle! Estes, são o Steam Machine, o Steam Frame e o Steam Controller, os quais também vieram fazer companhia ao já conhecido e consagrado console portatil Steam Deck. Eles não só foram concebidos para funcionar em torno da plataforma Steam, mas também vieram para dar uma grande liberdade para os jogadores decidirem “o que fazer com eles”

O Steam Machine é o dispositivo que mais chama a atenção, por se tratar de um console ultra-compacto e elegante, adotando um formato de cubo e designado para ser posicionado na sala de estar. Em vista das suas dimensões minimalistas, ele é basicamente um mini PC que faz o uso de componentes que encontramos em portáteis (exceto em relação a unidade gráfica): um SoC AMD Ryzen personalizado, modulos de memória RAM SODIMM e unidades de armazenamento SSDs NVMe M2 2230. O SoC possui uma CPU de 6 núcleos e baixo consumo (Zen 4, até 4,8 GHZ, 12 threads e 30 Watts), além de uma GPU Radeon (RDNA 3, até 2.45 GHZ, 28 CUs e 110 Watts).

Com 16 GB de memória RAM DDR5 e 8 GB de memória VRAM GDDR6, obviamente podemos notar que se trata de uma máquina intermediária, pois apesar da Valve declarar que ela foi concebida de rodar os jogos a 4K/60 FPS, na prática ela será capaz de reproduzi-los “apenas” em Full-HD, adotando configurações de qualidade de imagem variáveis de acordo com o título em questão, mesmo com toda a evolução proporcionada para as tecnologias de upscaling, como é o caso da AMD FidelityFX Super Resolution. De qualquer forma, vamos ter que aguardar as publicações dos testes de benchmarks (mas não se empolguem muito com as possibilidades).

Já o Steam Frame é um headset de realidade virtual, o qual dispõem de um SoC ARM Snapdragon 8 de terceira geração (Gen 3), além de 16 GB de memória RAM LPDDR5X, 256 GB a 1 TB de armazenamento SSD (expansível com o uso de cartões microSD) e bateria lithium-ion de 21,6 Watts/h. Os seus displays LCDs utilizam um formato quadrado (1:1) e suportam a resolução nativa de 2160 pixels, além da faixa de frequência entre 72 a 144Hz (esta última, em modo experimental). O headset é um dispositivo independente, dotado de controles próprios (embora também possamos utilizar o Steam Controller), capaz de rodar o sistema operacional SteamOS e os jogos compatíveis com ele, além de “rodar” jogos diretamente na nuvem.

Por fim, o Steam Controller é o dispositivo designado para interagir com os jogos, tanto nos consoles quanto no headset (e até mesmo em um PC convencional). Ele dispõe dos tradicionais joysticks magnéticos, ao mesmo tempo em que também oferece os mesmos trackpads disponíveis no Steam Deck, além dos tradicionais botões e gatilhos que conhecemos. Por isto, ele possui um design “excêntrico”, parecendo à primeira vista um dispositivo grande de desengonçado, em vista da necessidade de dispor de uma carcaça para acomodar todos os elementos.

Como este ecossistema de dispositivos irá se sair? Não sei dizer. Em relação ao console, as especificações de hardware são suficientes para os jogos atuais, porém certamente ficarão atrás dos futuros consoles a serem lançados pela Sony e Microsoft. Além disso, se o hardware não for subsidiado pela Valve, ele não será competitivo diante da excelente relação custo vs benefício oferecida pelos consoles, além das possibilidades de configurações mais versáteis (como é o caso dos PCs). Com o Steam Machine, poderemos no máximo apenas trocar os módulos de memória RAM e a unidade de armazenamento.

Já em relação ao controle, a Valve poderia ter concebido um dispositivo mais simples, barato e elegante, mantendo somente os joysticks ou os trackpads. Ou ainda, oferecer até versões alternativas de controles, priorizando o elemento de controle que possua mais popularidade entre os jogadores (ainda não experimentei os trackpads, mas já vi muitos relatos de usuários gostarem bastante deles)! Por fim, não posso opinar sobre o headset, já que até o momento não tenho nenhuma experiência de uso, para que possa embasar os meus comentários.

No geral, estou feliz pela Valve e torço para que tudo dê certo! Senão… &;-D