Há alguns anos, havia feito algumas experiências interessantes com um roteador Wi-fi que havia adquirido para compartilhar uma conexão 3G. Na época, havia assinado um plano de acesso de 4 GB no qual compartilhava com os meus familiares e sabia que deveria fazer algumas restrinções para o acesso a determinados serviços, como o streaming de vídeo e os downloads de arquivos grandes. Senão, seria obrigado a navegar a apenas 128 kbps…
A primeira coisa que fiz foi acessar as funções relacionadas à largura de banda (QoS), para configurar o dispositivo para limitar os usuários para apenas 256 kbps. Embora estas sejam velocidades consideradas lentas para os padrões atuais, as conexões 3G em geral são bastante instáveis, pois a velocidade de conexão varia bastante dependendo do período em uso. Com esta medida, consegui não somente economizar alguns megabytes, como também torná-la mais previsível, pois não dava mais “saltos” de 1 ou 2 mbps, ao mesmo tempo que raramente caía para menos de 256 kbps!
Por incrível que pareça, a experiência de uso melhorou sensívelmente, pois sabendo que a conexão já não dava mais grandes saltos de velocidades como antes, os meus familiares se acostumaram a abrir no máximo 2 ou 3 abas no navegador, além de buscarem outras fontes de entretenimento além de assistir os vídeos ou fazer downloads desnecessários. Por fim, o fato de demorarem a estourar a conta de dados, tornou menos frequente o uso da velocidade reduzida, pois muitas vezes não estourávamos a cota de dados!
Logo depois que meu irmão fez a assinatura de uma banda-larga à cabo de 1 mbps, outra concessão feita foi com o Netflix, o qual ajustei a sua configuração para executar os vídeos em definição standard. Apesar de muitos questionarem a baixa definição, esta não comprometeu a qualidade final em TVs LCDs de 40″, pois à uma certa distância, tornava-se difícil perceber o serrilhado tradicional da imagem. E de quebra, os vídeos no Youtube funcionavam bem, mesmo que limitados a 360p ou 480p.
Moral da história: sabendo que neste país, difícilmente os consumidores são respeitados pelas empresas prestadoras de serviço, considero praticamente certa a aplicação de cotas de dados para a Internet fixa. Então, não seria este o momento ideal para estarmos preparados para estes novos tempos? E acredite: ao contrário da crença popular, tenho a certeza absoluta de que muitos irão perceber de que planos de 15, 25 ou 30 mbps não são tão indispensáveis assim… &;-D