Feliz aniversário, Tux! Kernel Linux completa 30 anos de existência!

Para os linuxers, o dia 25 de agosto de 1991 representa uma data muito especial. Nesta época, um jovem finlandês e estudante de computação, anunciou o desenvolvimento de um sistema, no qual ele deixou claro que seria feito apenas por hobby e não tinha maiores pretenções. A idéia é de que este novo sistema fosse “um MINIX melhor que o MINIX”, que por sua vez era outro sistema baseado em Unix, desenvolvido para fins educativos por Andrew Tanenbaum, um renomado professor e autor de diversos livros consagrados…

“Hello everybody out there using minix – I’m doing a (free) operating system (just a hobby, won’t be big and professional like gnu) for 386(486) AT clones. This has been brewing since april, and is starting to get ready. I’d like any feedback on things people like/dislike in minix, as my OS resembles it somewhat (same physical layout of the file-system (due to practical reasons) among other things).”

— by Linus Torvalds.

Na época, o novo sistema (que originalmente se chamava Freax e posteriormente foi renomeado para Linux) recebeu duras críticas do próprio Andrew, o qual o considerava “obsoleto”, por dispor de um kernel monolítico, não portável, com alguns recursos inúteis e sem maior controle no desenvolvimento. Mas, contrariando as suas expectativas, o Linux foi muito bem recebido pela comunidade de desenvolvedores e graças ao seu suporte, Torvalds pode conduzir o desenvolvimento do kernel Linux, tornando-o flexível, portável, estável e funcional, a ponto do próprio Projeto GNU utilizá-lo ao invés do seu kernel Hurd.

O que muitos não esperavam é que este projeto embrionário daria lugar a um poderoso sistema, o qual não só integra o kernel Linux (que na prática é apenas o “cérebro”), além de outros componentes importantes como o interpretador de comandos, os editores de textos, as bibliotecas e os compiladores, os quais foram providos pelo Projeto GNU. Esta integração chegou a gerar uma grande controvérsia em relação ao nome do sistema como um todo, o qual deveria se chamar “GNU/Linux” ao invés de apenas “Linux”. Mas na prática, o uso do termo Linux passou a ser utilizado por que é mais simples e fácil de dizer, ao invés de ter que pronunciar GNU antes.

Desde então, vários eventos e transformações aconteceram em sua longa jornada. De início, vimos as primeiras grandes distribuições se consolidarem (Slackware, Debian e Red Hat), a adoção da IBM para o uso em seus servidores (o que foi um grande marco para o sistema na época) e a formação de uma comunidade de usuários entusiasmada em volta do sistema. Já nestes tempos, o seu crescimento se tornou ainda mais acelerado, sendo abraçado por várias empresas e instituições, exceto uma: a Microsoft. Por considerá-lo uma séria ameaça para os seus domínios, ela se posicionou ferozmente contra o Linux & Software Livre e Bill Gates e Steve Ballmer promoveram diversas ações ofensivas…

A principal delas foi a campanha Get the Facts, a qual realizava comparações entre os sistemas Windows e Linux, apontando diversas vantagens em relação ao seu produto e disseminando FUDs (Fear Uncertainty and Doubt) durante o processo; a promoção de ações judiciais para intimidar aqueles que fizessem o uso do sistema, sob a alegação de que o Linux & Software Livre violavam patentes de softwares; por fim, o estabelecimento de relações com a SCO Group, uma empresa que alegava ser dona de partes de código ilegalmente utilizadas pela IBM para o Linux. Anos depois, vimos a própria Microsoft se curvar perante ao sistema: Satya Nadella (atual CEO) declarou publicamente que “a Microsoft ama o Linux”!

O que esperar do futuro? Embora não saibamos quais serão os rumos da TI para os próximos anos (pois não somos videntes), uma coisa é certa: ainda teremos muitas histórias para contar (e vivenciar), para estes próximos 30 anos! Talvez o nosso amado Linus Torvalds nem mais esteja na liderança (aposentado), regendo esta maravilhosa comunidade de desenvolvedores ou ainda, os conceitos de liberdade que conhecemos, mudem radicalmente até lá. Ainda assim, fica difícil imaginar um futuro distante sem o Linux, como protagonista das grandes transformações que virão!

Enquanto isso, o menino da IBM continua crescendo… &;-D