Há tempos, venho buscando uma solução de PC desktop compacta e flexível, com o objetivo de tirar um bom proveito dos recursos computacionais que ela pode oferecer, além de mantê-la o máximo de tempo possível. Até então, sempre optava por soluções de entrada, dotadas de especificações modestas para o uso básico e conforme a necessidade, fazia os upgrades pontuais. Porém, essa abordagem se mostrou até certo ponto limitada e pouco flexível, já que muitos dos gabinetes ultra-compactos existentes, não oferecem muitas possibilidades de expansão…
Além disso, as soluções que encontrei até o momento são caras e restritas, estando disponível apenas para determinados perfis de usuários (corporativos), além de não serem comercializadas no Brasil. Para variar, a Intel não irá mais investir na sua linha de mini PCs NUC, o que reduz ainda mais as opções de boa qualidade e mesmo assim, as suas soluções já se mostravam ser relativamente caras. Para ir “quebrando o galho”, optei por comprar um mini PC sem grife da Soyo, que apesar de prestar bons serviços (depois da adição de mais memória RAM e um nova unidade de armazenamento), ele já está “abrindo o bico”.
Descontente com as opções disponíveis, estava considerando até mesmo fazer uma nova aposta com a Lenovo ou Dell, já que eles possuem linhas de PCs ultra-compactos que se encaixam no perfil de equipamento que gosto, entregando uma boa qualidade de construção, além de dispor de um bom número de portas USB. Porém, estas máquinas também são limitadas e pouco flexíveis, sendo que alguns modelos não suportam a adição de mais unidades de armazenamento. Por isto, pretendo mantê-las como opções alternativas (caso não encontre o PC desktop ideal).
Enquanto navegava na Internet (nem sequer, estava pesquisando sobre as opções disponíveis), por acaso acessei uma postagem antiga que fazia referência a um novo PC desktop compacto: eis, o Framework Desktop! Dotado de um gabinete com dimensões não tão minimalistas, ele possui um visual estiloso e oferece as mais recentes unidades de processamento da AMD, designadas para cargas de trabalho que envolvam: os Ryzens AI! No site oficial do fabricante, podemos contar com três opções de máquinas, as quais fazem o uso das APUs 385 e 395.
A minha atenção se voltou para o modelo mais “em conta”: o “número 1”, com a APU AMD Ryzen AI Max 385. Ele conta com uma unidade baseada na arquitetura Zen 5 rodando a 3.6 GHz (8 núcleos, 16 threads), além de dispor de um IGP Radeon 8050S. Este por sua vez, possui incríveis 32 unidades computacionais (CU), sendo capaz de rodar os jogos atuais em Full-HD, a 60 FPS e “no talo”, sem muitas dificuldades. Já para processar instruções baseadas em tecnologias de IA, esta APU conta com uma unidade de processamento neural (NPU) capaz de entregar até 50 TOPS. Por fim, 32 MB de memória cache L3 está incluído no SoC.
Para complementar todo o pacote, o sistema utiliza apenas 32 GB de memória RAM (padrão LPDDR5x-8000 e com barramento de 256 bits), além de conexões de redes Ethernet (até 5 Gbps) e Wi-Fi 7. O fabricante também oferece 3 opções de coolers (1 Noctua e 2 Cooler Master), além de uma fonte de alimentação capaz de entregar 400 Watts de potência. Em termos de conexões para periféricos, ele vem com 3 saídas de vídeo (1 HDMI e 2 DisplayPort), além de 8 USBs (2x USB4, 2x USB3.2 e 2x USB-C na parte traseira; 2 USB3.2 na parte frontal). Apesar de não entregar unidades de armazenamento, o mini PC possui 2 slots NVMe PCIe 4.0 x4 M.2 2280.
Compatível com Windows e GNU/Linux (Fedora, Ubuntu, Mint e Manjaro, estão listadas no site e por isto, presumo que elas sejam oficialmente suportadas), definitivamente terei um equipamento que apesar de não ser muito flexível em termos de upgrades (a APU e os chips de memória são soldados diretamente na placa-mãe), com certeza me darão uma boa longevidade. O problema, está no preço: US$ 1,099.00, sem o armazenamento e sem as taxas de importação! De qualquer forma, vou aguardar o lançamento oficial e assim, decidirei o que fazer.
Com certeza, não será neste ano que irei trocar de equipamento… &;-D