Ao contrário do que muitos pensam, os sistemas GNU/Linux (e não o Windows) são praticamente onipresentes no cenário mundial da Tecnologia da Informação. Isto se dá, com base no contexto da diversidade de computadores (e não no número de dispositivos finais) existentes, os quais vão desde poderosos datacenters a dispositivos IoT, passando por equipamentos de redes, controladores, robôs, etc. Mas no segmento de estações de trabalho, o cenário é bem diferente: tais sistemas mal passam da faixa de 4% de participação do mercado…
E a parte mais interessante é que as distribuições GNU/Linux, das tradicionais como o Debian, o Fedora e o Slackware, as mais modernas (e badaladas) como o Ubuntu e o Mint, são perfeitamente capazes de substituir o Windows! Além de disporem de toda a infraestrutura de software necessária para gerenciar os recursos de hardware e fornecer as bibliotecas, APIs/ABIs e outros componentes necessários para as aplicações e serviços, elas ainda contam com excelentes opções de ambientes gráficos para enriquecer as experiências de uso. Então, porquê os sistemas GNU/Linux continuam sendo preteridos em prol do Windows?
No meio disso tudo estão os usuários finais, os quais na grande maioria são leigos e não possuem conhecimentos técnicos avançados em computação e por isto, se limitam a utilizar os seus computadores como meros eletrodomésticos. Além disso, eles tendem a criar resistências para mudanças e promovem barreiras para aprender novos conceitos, como aqueles propostos pelos ambientes gráficos GNOME e KDE, entre outros. Por fim, o fato de muitas aplicações comerciais não estarem disponíveis para sistemas GNU/Linux, acabam também tornando estes usuários mais “dependentes” da plataforma Windows, mesmo existindo aplicações alternativas e de código aberto, que podem perfeitamente substituir as proprietárias.
Há tempos, o cenário da Tecnologia da Informação vem se transformando e estas mudanças já estão beneficiando os sistemas GNU/Linux. Muitas aplicações já foram migradas para as nuvens e podem ser acessadas através de navegadores WEB, reduzindo assim a dependência da plataforma Windows. Além disso, as novas gerações de usuários já possuem uma mentalidade mais aberta e o gosto por experimentar coisas novas, embora sejam mais rasos e imediatistas. Por fim, os sistemas GNU/Linux possuem vantagens que são encontradas somente neles, como a compatibilidade com uma ampla variedade de hardware, a melhor performance e a liberdade de uso (que pode se traduzir para a gratuidade), entre outros.
No entanto, as distribuições GNU/Linux ainda continuam “na mesma” em diversos aspectos. Em termos de evolução, elas se limitam a entregar os softwares mais maduros, estáveis e funcionais, além de melhorar (ainda mais) a compatibilidade geral com os hardwares existentes. Mas em termos de inovação, não tenho visto iniciativas interessantes em prol da popularização dos sistemas GNU/Linux para as estações de trabalho. No máximo, apenas os ambientes gráficos GNOME e KDE tem proporcionado novas filosofias de uso, além de mudanças radicais nas suas interfaces. Em suma: precisamos promover novas abordagens!
E este será o tema da próxima próxima coluna. E até lá… &;-D