De uns tempos para cá, tenho usado com mais frequência as plataformas feitas para a realização de webconferências, destacando-se o Webex (Cisco), o Teams (Microsoft) e o Meet (Google), entre outras disponíveis. Embora seja um instrutor de TI que já está acostumado a utilizar as diversas aplicações & serviços do gênero, confesso que em algumas oportunidades me sinto um pouco “confuso” ao usá-las! Isto se dá, em vista da grande disponibilidade de recursos e funcionalidades que na maioria das vezes não são tão necessárias…
Vou mais além: também já testemunhei várias situações em que os palestrantes (especialmente aqueles que não possuem muita afinidade com a computação pessoal) tiveram dificuldades técnicas de tal modo, que acabou afetando de forma negativa as suas exibições! E isto não só se limita ao uso das ferramentas de webconferência, mas também qualquer aplicação e/ou serviço disponível: sistemas operacionais, suites de escritório, navegação WEB, etc. Seria este, o momento de rever os conceitos relacionados ao desenvolvimento destas aplicações?
Não estou questionando os aspectos relacionados a usabilidade e a simplicidade, mas sim de levar em consideração apenas aquilo o que é realmente necessário, para estas aplicações e/ou serviços! Há tempos, sabemos que a maioria dos usuários se limitam a usar apenas as funções que são indispensáveis, oferecidas pelas suas ferramentas prediletas e ainda assim, sentem dificuldades em vista de algumas complexidades inerentes. Concentrar-se nos recursos que são essenciais, para oferecer uma experiência mais simples, prática e direta!
Há alguns anos, publiquei um artigo no antigo Guia do Hardware (que agora se chama apenas Hardware e que está sob uma nova gestão) sobre as vantagens em manter apenas as três aplicações essenciais para o uso em escritório: o editor de textos (Writer), a planilha eletrônica (Calc) e a apresentações (Impress). As demais, designadas para o banco de dados (Base) e as imagens vetoriais (Draw) além de não serem tão utilizadas, sequer fazem frente a outras opções mais populares. Além de se limitar a estas três importantes aplicações, a fundação que mantém hoje o LibreOffice também deveria se preocupar em mantê-las mais leves!
O ambiente gráfico GNOME há tempos, vem fazendo um belíssimo trabalho em relação a este aspecto, mantendo tão somente os recursos essenciais para os seus usuários, deixando a cargo das extensões proverem as funcionalidades adicionais de acordo com as suas necessidades. O mesmo se dá para os navegadores WEB, que apesar de serem simples, fáceis e práticos de usar, possuem extensas opções de ajustes e configurações que mais confundem do que ajudam os usuários e na prática, acabam sendo mantidas em suas definições padrões, sem serem “tocadas”. Nem preciso comentar do Google Docs, que de tão simples chega a ser tosco!
Além do mais, a “simplicidade é a sofisticação máxima”… &;-D