… órgãos regulamentadores tomarem uma decisão em relação à Microsoft e as suas práticas monopolistas? Há tempos, vemos a gigante de Redmont integrar as aplicações e os serviços que ela oferece no sistema operacional Windows, que por ser uma peça de software dominante no mercado de computadores pessoais, acaba trazendo bastante vantagens anti-competitivas para ela. Por isto, tivemos ao longo dos anos diversas ações antitruste contra a empresa, resultantes das práticas de limitar e prejudicar a concorrência…
A primeira delas foi a partir da segunda metade dos anos 90, quando o navegador WEB Internet Explorer passou a fazer parte do Windows. Na época, o Netscape perdeu bastante cotas de mercado, já que era muito mais prático para os usuários utilizar um software já integrado ao sistema ao invés de ter que baixar outro (que executa as mesmas funções). Para variar, as velocidades de conexão para a Internet também não era das melhores! Apesar de todo o rebuliço causado pelas disputas (que chegaram ao ponto de ir aos tribunais), a Microsoft não só continua mantendo o atual navegador WEB Edge (sucessor do Internet Explorer), como também vem integrando outras aplicações e serviços!
A seguir, foi a vez do OneDrive. Antes chamado de SkyDrive, o serviço de armazenamento “nas nuvens” da Microsoft não só promove uma concorrência desleal através da sua integração com o sistema operacional, mas também tira proveito das aplicações de escritório da empresa: o Microsoft Office. Independente de utilizarmos as edições online ou offline, poderemos sincronizar os arquivos salvos nas pastas locais com o serviço de armazenamento, tornando esta uma combinação praticamente imbatível para a concorrência! Mesmo apesar de outros grandes nomes do mercado se valerem de estratégias “parecidas”, como é o caso do Google (que integra a sua suíte de escritório online com o Drive) e da Apple (iCloud).
E agora, a ferramenta de colaboração Microsoft Teams fez a sua “estréia”! Como já havia publicado, a empresa violou as regulamentações antitruste da União Europeia, por estabelecer um forte vínculo entre o Teams e a suíte de escritório online, tornando-a “ideal” para trabalhar com as demais soluções oferecidas pela própria empresa. A partir de então, mais investigações passaram a ser feitas e a empresa declarou posteriormente que está disposta a fazer mais concessões, em prol da interoperabilidade entre diferentes soluções e uma concorrência saudável. Em se tratando da Microsoft, eis algo (bem) difícil de se acreditar…
Por fim, chegou a vez do Copilot. Durante esta semana, fiz a atualização para o sistema operacional Windows 11 e com ele, me deparei com a existência do Copilot no canto direito da barra de ferramentas! Curioso por natureza (pois não seria um bom profissional de TI, se não tivesse esta softskill) e me dei conta que a sua utilização é bem mais simples e prática, se comparado ao uso do ChatGPT (ou qualquer outra ferramenta do gênero) a partir do navegador WEB. Instintivamente, passei a utilizá-lo com mais frequência para obter respostas mais rápidas, ao invés de inicializar o navegador WEB e acessar a página oficial do ChatGPT.
Na minha opinião, a culpa está (principalmente) na gestão feita pelos órgãos governamentais que em tese, deveriam regulamentar a maneira pela qual os sistemas operacionais podem ser desenvolvidos pelas e disponibilizados para o público geral! Há tempos, esta tendência de agregar e integrar os aplicativos e os serviços nos sistemas operacionais, vem se consolidando e isto não só por parte da Microsoft: a Apple (através dos sistemas iOS e macOS) e o Google (idem para o Android e o ChromeOS) também possuem iniciativas similares, embora não tão agressivas e sistemáticas como as da gigante de Redmond.
Senão, teremos um futuro tecnológico com diversos “jardins murados”… &;-D