Microsoft Windows 10: seria ele, o primeiro sistema “rolling-release”?

A partir do Windows 10 (lançado em 2015), a Microsoft tomou uma importante decisão em não mais “lançar” novas versões do seus sistemas. Ao invés disso, ela passou a se concentrar em trazer inovações, melhorias e facilidades para a versão atual, tornando-o “eterno enquanto dure”! Em suma: na visão da Microsoft, o sistema operacional deixou de ser um produto, para se tornar um serviço e por isto, ele será atualizado constantemente e sem custos…

Dessde então, a Microsoft passou a lançar anualmente duas grandes atualizações para o seu sistema operacional: uma de maior impacto (21H1), a qual trará grandes mudanças para o sistema e outra mais conservadora (21H2), a qual apenas as correções e as otimizações assumem o papel principal, embora algumas mundanças e outras melhorias pontuais apareçam. Se no papel parece bonito e prático, na prática este novo sistema tem causado mais dores de cabeça, em vista dos problemas relacionados a instabilidades e falhas de funcionamento. Nem vou comentar aspectos relacionados a segurança…

Até chegou a ser cogitada a mudança deste sistema, passando a ser adotado um esquema que tornem a frequência das atualizações anuais, ao invés de bimestrais. Apesar de gostar desta proposta, na minha opinião o cerne do problema não está na periodicidade das atualizações, mas sim como elas são priorizadas: porquê não adotar sistemas distintos – porém sincronizado – para cada perfil de usuário? Por exemplo, as três principais classes deveriam ter tratamento diferenciados, de acordo com a suas necessidades em relação ao equilíbrio entre a estabilidade e a adição de novas mudanças.

A primeira classe, a qual fazem parte os desenvolvedores e usuários avançados (Inside Preview), deverá receber as atualizações “conforme elas vão acontecendo”, já que eles serão a primeira linha de testes das mudanças e correções implementadas. A seguir, temos os usuários domésticos, os quais podem se beneficiar com atualizações regulares (a cada 3 ou 4 meses), se tornando a segunda linha. Por fim, teremos os usuários corporativos, os quais somente receberão as atualizações “devidamente testadas” de forma anual!

Em tese, este esquema seria similar com o sistema já adotado por uma das distribuições mais estáveis e seguras do mercado (embora não haja um cronograma baseado em datas): o Debian! Caso não saibam, existem três versões desta excelente distro: a Unstable (SID), voltada para desenvolvedores; a Testing, designada para os usuários em geral; e a Stable, focada para o uso corporativo e de missão crítica. Este sistema funciona bem há anos e com pequenos ajustes e adaptações, cairia muito bem para o Windows 10!

A Microsoft até chegou a repensar o desenvolvimento das futuras edições do Windows, apostando em um sistema mais modular batizado de Windows Core OS. No entanto, este projeto foi cancelado, para dar lugar ao Windows 10X (o qual manterá a mesma base de código), que por sua vez seria um sistema alternativo (não substituto) e teria várias partes reescritas, para se livrar do suporte nativo para as aplicações de 32 bits (embora elas ainda possam ser executadas dentro de containers). Mas infelizmente, este sistema também foi cancelado, apesar de algums conceitos ainda serem aproveitados no sistema atual.

Resumindo: os problemas irão continuar por um bom tempo… &;-D