O fim da plataforma de consoles?

Há um tempo atrás, Phill Spencer (chefe da divisão de jogos Xbox e da Microsof Studios) fez algumas interessantes declarações sobre a sua visão em relação aos consoles de vídeo-games atuais, se comparados com os tradicionais PCs de jogos. Enquanto que os consoles são “obrigados” a manter as mesmas especificações de hardware durante uma geração, os PCs são agraciados pela possibilidade de serem atualizados “quando os usuários quiserem”…

Pois bem: até o lançamento do Xbox One X, não sabíamos se o console Xbox seria “upgradeável” (tal como um PC tradicional) ou se teria futuros lançamentos em períodos mais curtos, sendo mantida a arquitetura da plataforma e a retro-compatibilidade com os jogos da geração anterior. Mas segundo Phill, a idéia é de que as futuras melhorias tecnológicas sejam implementadas no console de forma parecida aos upgrades feitos em PCs, com a Microsoft lançando “novos” consoles com pequenas revisões.

Naturalmente, a maioria dos gamers que optaram pelos consoles são contra a idéia, uma vez que a comodidade de “ligar e jogar” em um console seria sériamente afetada, uma vez que para cada perfil de hardware, ajustes nas configurações de jogos teriam que ser feitos para rodá-los (tal com são feitos nos PCs), sem contar ainda os problemas relacionados à compatibilidade dos jogos com o hardware em questão. Outros gamers até acham a idéia interessante, por não gostarem de jogos com gráficos defasados em comparação aos PCs!

Apesar de existirem diversas opiniões à respeito, praticamente todas elas estão se esquecendo de um pequeno detalhe, o qual não só afetará as plataformas de jogos como a computação inteira, tal como a conhecemos: o fim da Lei de Moore. A miniaturização dos componentes de uma CPU ou GPU está chegando ao fim, tornando bastante complexa a fabricação de novas unidades com processos de litografia abaixo dos 7nm. Embora já existam produtos que utilizam esta tecnologia, os fabricantes tiveram mais dificuldades para chegar até este ponto de evolução (que diga a Intel, que mal chegou aos 10nm).

A própria Intel já declarou há alguns anos, que os futuros lançamentos da empresa se concentrarão em oferecer unidades de processamento mais econômicas em termos de consumo energético, deixando o desempenho relegado em segundo plano (e provavelmente, a AMD deverá seguir o mesmo caminho). Então, fica a pergunta no ar: seria este o momento ideal para prosseguir com os planos do console “upgradeável”?

Acho que não… &;-D