Em 2005, a Microsoft lançou o seu console de 7a. geração: Xbox 360! Apesar de ser dotado de especificações de hardware inferior em relação ao PlayStation 3 (lançado um ano depois), o Xbox 360 me encantou por ter adotado especificações mais equilibradas e inteligentes, o que na prática possibilitou a reprodução de jogos com qualidade muito próxima do PS3! Em suma, o Xbox 360 foi um console do tipo BBB: “bom, bonito e barato” e mesmo dispondo de menos potência que o PS3, foi um concorrente à sua altura e disputou pelo mercado “pau a pau”…
No que concerne as especificações técnicas da memória RAM, a diferença entre os consoles era bem considerável: o PlayStation contava com 256 MB de memória XDR (de alta performance, desenvolvida pela RAMBUS) para a CPU e 256 MB de memória GDDR3 (DDR3 otimizada para o alto tráfego de dados, requeridos pelas GPUs) dedicadas para o subsistema gráfico. Quanto ao Xbox, ele dispunha de 512 MB de memória GDDR3 rodando a 700 MHz, que apesar de tornar a disputa mais equilibrada em relação as memórias utilizadas no PS3 (a sua memória XDR é mais veloz, porém a GDDR3 rodam a 550 MHz), ela ainda era compartilhada pela CPU e GPU!
Mas, a Microsoft implementou uma pequena quantidade de memória eDRAM na GPU do Xbox 360 (uma ATI Xenos com 10 MB integrada), que por sua vez não só equilibrou a balança em termos de performance, como também possibilitou uma redução de custos para a fabricação do console, tornando-o mais acessível para os seus usuários (ou pelo menos, reduzindo bastante o prejuízo pela venda subsidiada). Por fim, o compartilhamento de memória também facilitou bastante a vida dos desenvolvedores, pois além de dispor de uma arquitetura unificada, possibilitou também realizar melhor a sua alocação, de acordo com a demanda dos jogos.
Desde então, passei a acompanhar mais de perto, as inovações tecnológicas relacionadas ao emprego e uso das memórias eDRAM, tanto no subsistema gráfico quanto no sistema principal (a CPU a utiliza como intermediária entre a cache e a memória RAM). Em geral, os hardwares beneficiados com este componente eletrônico conseguem obter excelentes índices de performance, ao mesmo tempo em que minimizam o gargalo relacionado ao acesso da unidade gráfica para a memória VRAM. E esta história ganhou um capítulo especial, a partir do momento em que a Intel passou a incluir as memórias eDRAM nas suas arquiteturas de CPUs.
A 4a. geração de CPUs Core (Haswell) recebeu 128 MB de memória eDRAM (uma quantidade considerada grande para a época, já que 32 ou 64 MB seriam mais que suficientes para este propósito), a qual poderia ser utilizada tanto pela CPU quanto pelo IGP. Este último por sua vez, passou a ser bastante beneficiado por esta implementação, já que as unidades gráficas em geral dependem muito do acesso ao subsistema de memória RAM, pois além de serem limitados pelos estreitos canais de dados (2x 64 bits), ainda são obrigadas a competir com as CPUs pelo acesso, o que (até antes) limitava muito a sua performance geral.
Graças a adição das memórias eDRAM e a evolução da arquitetura gráfica dos seus IGPs, os PCs desktops e notebooks equipados com unidades da Intel puderam fazer algo impensável (até então): rodar os jogos modernos de sua época, sem a necessidade de uma placa de vídeo dedicada, embora com resoluções mais baixas e qualidades definidas de baixo para médio. Apesar de ainda estarem abaixo dos IGPs oferecidos pela AMD, os IGPs da Intel já não eram mais vistos como o “patinho feio” e em muitos casos, acabou mesmo é se transformando em um “belo cisne” (desde que sejam respeitadas as suas limitações)!
Agora, as minhas atenções se voltam para a nova arquitetura gráfica Intel Iris Xe e os respectivos IGPs baseados nela. Tanto a 11a. quanto a 12a. geração de processadores Intel já utilizam esta arquitetura gráfica, sendo compostas por IGPs que possuem de 32 a 96 EUs, além de 64 a 128 MB de memória eDRAM. Tais unidades já conseguem superar as soluções gráficas discretas da nVidia e rivalizar com os mais novos IGPs da AMD (RDNA 2), além de deixar os IGPs anteriores (Vega) comendo poeira, nos comparativos feitos até então (apesar destes últimos serem bem mais antigos que os novos IGPs da Intel)!
Pois uma coisa é certa: o mercado de IGPs já não é o mesmo… &;-D